Voluntariado Missionário

Há já vários anos que entidades ligadas à Igreja Católica em Portugal enviam jovens voluntários missionários para dinamizarem projectos Há já vários anos que entidades ligadas à Igreja Católica em Portugal enviam para os países da CPLP, com especial incidência nos PALOP, jovens voluntários missionários que procuram dinamizar e levar a cabo projectos de desenvolvimento e animação missionária nesses países. Com algumas variações no número de voluntários, todos os anos partem para o terreno centenas de jovens, normalmente estudantes universitários ou recém-licenciados, com dois objectivos mais ou menos traçados: ajudar quem mais precisa e passar por um experiência pessoal que lhes permita um crescimento emocional e pessoal, cujos frutos se vão revelar no seu regresso. A Fundação Evangelização e Culturas (FEC) é a plataforma que serve de ligação das entidades de voluntariado missionário que existem um pouco por todo o país. Uma vez que as entidades têm origens diferentes e modos de actuação também, por vezes, diferentes, seja na forma de recrutamento seja na própria duração da missão, a FEC surge então como pólo que agrega todas estas entidades e lhes dá ferramentas e auxilia nesta tarefa de gerir projectos de desenvolvimento e animação missionária. Voluntários no terreno Este ano, mantendo a média do ano passado, são 263 os voluntários que vão partir para o terreno. Destes, 65 partem em missões de longa duração – períodos de 1 a 2 anos, renováveis – e 198 partem em missões de curta duração – 1 a 2 meses, normalmente no Verão, e duas organizações com voluntários por 6 meses. São normalmente as raparigas que partem mais em missão. Esta é uma tendência que se tem mantido ao longo dos tempos e este ano não é excepção: 73% dos voluntários são mulheres. Quanto aos países que recebem voluntários, Moçambique é, à semelhança do ano passado, o país que recebe um maior número de voluntários: 87 no total. O tamanho do país, aliado à estabilidade política e às difíceis condições de vida das populações, faz com que este seja um destino muito utilizado pelas entidades que enviam voluntários para o terreno. A estabilidade política é, aliás, uma das razões que explicam o porquê de este país receber mais voluntários do que, por exemplo, Angola, que tem uma área idêntica e situações humanitárias tão ou mais graves. As dificuldades burocráticas e de instabilidade governativa não impedem, no entanto, que sejam enviados voluntários para lá, ainda que em menor número que o desejado ou necessário: este ano partem 44. Outro aspecto interessante verificado este ano pela FEC é o facto de 25% destes voluntários estarem a repetir a experiência, ou seja, a partirem em missão por mais do que uma vez. Isto é uma demonstração clara de que o trabalho feito no terreno, pelos voluntários, tem valor e produz frutos em quem vai, frutos esses que se revelam mais tarde quando decidem repetir a experiência, por vezes até num voluntariado de maior duração. Dificuldades financeiras A formação é também um dos aspectos mais importantes nestes projectos: todos os voluntários têm de passar por um processo de formação, que visa prepará-los para aquilo que vai encontrar no terreno. Esta formação é dada muitas vezes por quem já esteve no terreno. A experiência de quem já foi é sempre uma das chaves para a melhor compreensão daquilo que espera o voluntário, no terreno. É com bastante custo que as entidades de voluntariado missionário conseguem colocar esta quantidade de voluntários no terreno todos os anos. Apesar de algumas, devido ao número de voluntários que patrocinam e ao tipo de projectos que têm lá, funcionarem com alguns profissionais a tempo inteiro, a grande maioria destas entidades colabora por causa da boa vontade de algumas pessoas que vão levando para a frente os projectos e pedindo os apoios necessários para conseguirem financiar as viagens e a estadia destes voluntários lá. Os apoios vêm, em parte cada vez mais pequena, do Estado, através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), de fundações particulares e de donativos de pessoas, empresas e paróquias, que contribuem com o que podem para tornar esta ajuda possível. Ricardo Perna – FEC, Dep. Plataformas e Comunicação Notícias relacionadas • África, um sonho de menino… • Estar em Missão… • Momentos de encontro • Missão em Timor

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