Vocações: uma questão de marketing?

A primeira Escola Prática de Marketing para agentes da Pastoral das Vocações da Vida Consagrada arrancou esta quarta-feira, para terminar só a meio do próximo ano. Dinamizada pela Comissão de Pastoral das Vocações dos Institutos Religiosos, a iniciativa vem no seguimento de encontros anteriores, onde tentaram reflectir sobre como o Marketing influenciaria a questão vocacional. A transmissão da mensagem é o mais importante, tanto no Marketing como na Evangelização, pelo que estas técnicas aplicadas à Igreja e às vocações poderiam trazer vantagens. Isso mesmo explica a Irmã Margarida Ribeirinha, da Comissão de Pastoral das Vocações da CIRP. As regras e ideias que se associam ao Marketing estão ligadas ao consumo e a técnicas de vendas. Mas antes de concretizar este objectivo, o Marketing é acima de tudo um conjunto de técnicas que permitem aproximar a oferta e a procura. Uma relação que se pretende eficaz, através da mensagem que se quer dirigir ao consumidor. Aos conceitos teóricos, juntam-se questões mais práticas. “Aprender a realizar um estudo do meio, a trabalhar a mensagem e melhorar o serviço” aponta a Irmã Margarida. A teoria apresentada por especialistas na matéria é reflectida nas manhãs do encontro. À tarde, Carlos Liz, especialista em Marketing e assessor da Comissão de Pastoral das Vocações da CIRP, faz a ponte para a vida consagrada. A procura tem o papel principal. O trabalho vocacional ou mesmo o desenvolvido em Igreja, também é uma relação, entre a mensagem do Evangelho e as pessoas a quem se pretende transmitir a mensagem. O marketing é uma disciplina desenvolvida na sociedade contemporânea, o Marketing social incluído. “Nas vocações temos muito a ideia de que se trata de uma relação entre Deus e cada pessoa individualmente” dá conta Carlos Liz, mas é também necessário “criar condições para que a voz de Deus se ouça melhor”, através de técnicas relacionais. “O Marketing pode simplificar nesta relação”, através de uma melhor qualidade de comunicação. O encontro começou com a melhor forma de conhecer a procura, ou os outros, “por exemplo nos jovens, tentando perceber porque é que se aproximam das estruturas da Igreja, mas depois desmotivam e acabam por se afastar” aponta. O segundo passo é dado a partir da qualidade nas relações humanas, nomeadamente qualidade na relação de cada pessoa consigo próprio e com os outros. O saber comunicar é o último passo. Ter em conta diferentes públicos e adequar as mensagens aos diferentes grupos. No fundo, “conhecer os outros, partir da sua realidade, aplicando regras de qualidade objectiva mas comunicando eficazmente” resume Carlos Liz. Porque para comunicar bem “é preciso ter regras e sentir o tempo” ou seja, adequar a linguagem evangélica ao tempo actual. Dando agora os primeiros passos nesta escola prática de marketing, “seria possível aplicar estas técnicas a todo o trabalho desenvolvido em Igreja” não apenas às vocações e também passível de ser reflectida não apenas entre religiosos mas “proporcionar a todos os que se comprometem com a evangelização”. “Pretendemos chegar ao maior número de pessoas” esclarece a Irmã Margarida. A escola vai andar por Lisboa e pelo Porto, para facilitar que neste momento “mais animadores da pastoral vocacional possam reflectir sobre este tema”.

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