Vocações: Igreja não desiste dos jovens

Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios dá conta de «entradas mais maduras e esclarecidas» nos seminários A prática cristã está em mudança. De uma prática tradicional e de herança, os cristãos são hoje esclarecidos nas suas opções. Tal como a fé deixou de ser uma questão de tradição para ser uma convicção, “também a vocação passou a ser uma decisão de coragem e resposta generosa”, explica D. António Francisco dos Santos, Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios. Olhando para os números de ordenações sacerdotais e para a entrada nos seminários portugueses, o também Bispo de Aveiro chama a atenção para o facto de “os número terem crescido embora não seja um crescimento galopante, e sustentado de entradas no seminário”. “Preocupa-nos e requer uma análise séria e atenta sobre as estatísticas, mas preocupa-nos sobretudo a missão primeira da comissão, que é preparar o terreno a semear”, esclarece à Agência ECCLESIA D. António Francisco dos Santos no contexto do V Fórum Nacional das Vocações que se realiza na próxima Sexta e Sábado, dias 24 e 25 de Outubro, em Fátima. O Presidente da Comissão frisa que os agentes pastorais detêm um “olhar confiante e de esperança para o futuro mas também atento à realidade dos novos tempos que vivemos, nomeadamente à cultura em mudança”. O V Fórum quer “cultivar o terreno vocacional nos vários espaços”. A comunidade, a paróquia e a família antecederam o presente Fórum que encontra o espaço escolar, como lugar de cultura de vocação. “O tempo da escola é propício às inquietações vocacionais”, indica o Bispo de Aveiro. Escolher a escola como “lugar de cultura de vocação indica que o trabalho do cultivo vocacional tem de ser realizado em complementaridade com os vários agentes da pastoral vocacional”. E ao mesmo tempo “a escola não pode abdicar, esquecer ou ignorar a dimensão opcional da vocação no quadro educativo”. A Igreja “nunca se demitiu nem nunca abdicou deste contributo”. D. António Francisco dos Santos indica que deve reconhecido o valor do trabalho que a Igreja tem desenvolvido. O testemunho cristão dos professores e funcionários que afirmam a sua fé, em especial dos professores de educação moral e religiosa católica “é um dos contributos mais preciosos de estar na escola e da valorização da educação em Portugal”. D. António reconhece um tempo de preocupação sobre os passos e sobre a acção educativa. No entanto, indica, este cenário “é uma exigência para todos, professores, famílias, pais, comunidades e também para a Igreja”, que não quer “ocupar um vazio, mas sim participar plenamente com os valores cristãos com base numa educação com sentido”, tal como referido na nota pastoral da Semana de Educação Cristã, «Palavra de Deus verdade que dá sentido à vida». Tanto a escola privada como pública “têm o seu lugar no respeito mútuo. Olhar o futuro é fazê-lo no quadro da colaboração e complementaridade das duas escolas. Ignorar o contributo da escola privada no domínio no campo da educação implicaria esquecer um dos maiores valores culturais da nossa matriz portuguesa e da nossa história. A educação exige memória e gratidão do trabalho que a escola privada realiza”. O Presidente da CEVM indica que “não será no campo da clivagem e dos conflitos que se constrói o futuro. Somos todos necessários e a escola pública precisa abrir-se a esse espaço de colaboração e respeito”. O V Fórum Nacional das Vocações vai reunir os agentes da pastoral vocacional das dioceses e congregações, mas também os professores e educadores cristãos, porque “a pastoral não em um espaço específico, é antes transversal a toda a acção da Igreja no mundo concreto”. Durante o Fórum será ainda apresentado o Dicionário de Orientação Vocacional. Este livro é uma tradução da obra original italiana mas contextualizada e adaptada com textos de autores portugueses. Esta será uma obra de referência e um instrumento a usar pelos agentes pastorais. “Fazia falta a Portugal”, finaliza o Presidente da Comissão. FOTO: «Jovens em Missão»

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Agência ECCLESIA

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