Arcebispo de Braga participou no Congresso Nacional de Vocações, em Madrid, como responsável pelo Serviço Europeu de Vocações da Comissão de Juventude do Conselho das Conferências Episcopais da Europa
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Madrid, 08 fev 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga pediu em Madrid, no Congresso Nacional de Vocações, que se “habitem as perguntas”: “Quem sou eu? Para quem sou? Para que serve a vida, se não para dar? O que posso fazer pela Igreja?”
“Quem sou eu? – Temos de responder com a nossa vida: para quem sou? Para que serve a vida, se não para dar? O que posso fazer pela Igreja? Boas respostas para habitar a pergunta”, sugeriu D. José Cordeiro, durante a sua intervenção no início do Congresso Nacional de Vocações «Chamados para a missão», que decorre em Madrid, até domingo.
O arcebispo de Braga é responsável pelo Serviço Europeu de Vocações da Comissão de Juventude do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e disse aos participantes que “todos são chamados”.
“Todos nós somos uma assembleia de chamados à missão. De facto, ou a Igreja é missionária ou não existe. Sair, evangelizar e discipular são verbos activos para uma Igreja em missão peregrina de esperança. Sim, sonhamos com uma Igreja em permanente atitude de oração, formação, renovação e missão; uma Igreja cada vez mais atenta a todos os homens e aos sinais dos tempos”, referiu.
O Papa Francisco uniu-se ao encontro que junta cerca de três mil pessoas, e numa mensagem lida pelo núncio apostólico, D. Bernardito Auza, pediu aos participantes para serem capazes de “olhar a necessidade do irmão, não em abstrato, mas no concreto de olhos fixos”.
“Não tenhais medo e abandonai-vos à vontade divina, o Espírito surpreender-vos-á a cada passo, fazendo-vos sair do comboio da vida, como Santa Teresa de Calcutá, para reduzir as distâncias que vos separam de Deus e do vosso irmão, para mudar de rumo e encontrar Jesus no abraço daquele a quem sois enviados”, sublinhou.
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O congresso, que teve início esta sexta-feira, contou com a presença do arcebispo de Madrid, D. José Cobo, que convidou a passar de uma cultura de “autonomia radical” para uma “cultura de encontro e diálogo”: “Falta-nos situarmo-nos, sentarmo-nos e escutarmo-nos”.
O responsável reconheceu um tempo onde “faltam, perguntas”, com consequências numa “uma cultura sem horizonte” e um futuro marcado pelo “medo”.
“Quem não espera o inesperado, não o reconhecerá quando chega. Teremos um mundo mais frio e desorganizado. Se levantarmos o olhar e cultivar a capacidade para a admiração e o assombro. Despertar é a chamada, do dormir para fazer despertar as perguntas fundamentais, para nos percebermos criados e amados desde sempre”, sugeriu.
D. José Cobo convidou a sair do “enclausuramento e da auto-referencialidade”.
“Deus tira-nos das absolutizações que dificultam a convivência, polarizam e impedem de aceitar os diferentes. O divórcio entre a fé e a vida diária é um fenómeno intensificado nestes dias. Esta distância limita a possibilidade de viver a fé de forma completa. Se vivermos a vida como vocação ao serviço de todos, isso é um sinal que temos futuro”, indicou.
LS