Viver e testemunhar a santidade

Mensagem do Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios aos sacerdotes de Portugal No passado dia 27 de Abril, Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Santo Padre Bento XVI, ao ordenar na Basílica de São Pedro, em Roma, 29 novos Presbíteros, convidava-os a semear no mundo a alegria do Evangelho. É este o sentido da missão da Igreja e do nosso ministério de sacerdotes. Deus, “o invisível evidente”, como lhe chamou tão expressivamente Victor Hugo, envolve-nos com um amor terno de Pai, chama-nos a oferecer a vida por amor a exemplo de Jesus, o Filho, e revigora em cada momento e circunstância a nossa vida e o nosso ministério sacerdotal com os dons e com a santidade do Seu Espírito. Para nos ajudar a contemplar este amor divino e para nos incentivar a oferecer cada vez mais a nossa vida por amor, a Congregação para o Clero propõe-nos que valorizemos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a celebrar no próximo dia 30 de Maio, como Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. O Cardeal Cláudio Hummes, antigo Arcebispo de São Paulo, no Brasil, actual Prefeito da Congregação do Clero, envia a todos os sacerdotes do mundo uma carta-mensagem, que aqui publicamos, acompanhando uma proposta de oração e um guião de reflexão com testemunhos de vidas concretas, oferecidas ao serviço da santificação dos sacerdotes. Ao descobrirmos os exemplos dos santos, com o desejo de os seguirmos, e ao desvendarmos os caminhos de santidade, com a vontade de os percorrermos, também nós nos santificamos. As exigências da missão e as múltiplas tarefas do ministério impõem-nos mais atenção, espaço e tempo dados à oração. Só a prioridade dada à oração e a centralidade oferecida à celebração quotidiana da Eucaristia, continuada na adoração Eucarística, nos permitirão viver com generosidade e com alegria uma vida de santidade que é “a medida adequada da nossa vocação” e do nosso ministério de presbíteros. Todos estamos conscientes de que o Povo de Deus que nos está confiado é o caminho imprescindível para a nossa santidade e de que a este Povo nos devemos dar de coração pleno, dócil, uno e indiviso, certos de que “a medida da dedicação a Deus e ao Povo é sempre a totalidade”. Permanece a nosso lado e connosco, como fundamento insubstituível de toda a vida sacerdotal, a Mãe de Deus e a nossa Mãe. A oração comum e universal de uns pelos outros, irmãos no ministério e na missão, e a oração do Povo de Deus por nós tornam-se a escola necessária de novas vocações que só aqui nascem. Sabemo-nos este barro frágil que Deus vai modelando… Conhecemos a beleza da generosidade de quem começa com alegria… Sentimos o peso dos dias e as agruras do caminho… Vencemos o desalento das longas caminhadas em busca de resultados pastorais distantes… Seduzem-nos os caminhos não andados e os passos a dar na vanguarda da missão… Brilha no nosso olhar o horizonte de um imenso oceano onde o amor de Deus se espelha em cada um dos nossos rostos… Assumimos e acolhemos os conselhos evangélicos com a autenticidade e a beleza de quem se dá a Deus por amor para servir os irmãos com amor pleno e feliz. Sentimos que este dia é particularmente para nós, para que em todos os dias as pessoas ao aproximarem-se de nós toquem de perto a santidade de Deus e aprendam nesta escola de santidade a semear no mundo a alegria do Evangelho. A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios coloca nas vossas mãos, com espontânea alegria e reflectida consciência de serviço às Dioceses de Portugal e aos seus Presbitérios, os textos recebidos de Roma. Eles são uma proposta a lembrar-nos a primazia a dar à oração na vida e na missão da Igreja e na santificação dos sacerdotes. O serviço aos sacerdotes, desde a primeira hora do chamamento, ao momento da celebração do sacramento da Ordem, aos passos iniciais no ministério, à vida adulta, onde mais se sentem a alegria da fidelidade e a beleza da comunhão fraterna, até à vida com as marcas do peso do tempo e dos rasgos causados pela doença e pelo cansaço, é um dos campos que a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios quer priorizar espiritual e pastoralmente como uma das suas missões maiores neste tempo. Precedem-nos no caminho a bênção de Deus e a protecção da Mãe de Jesus e Mãe da Igreja. + António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios

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