João Paulo II manifestou-se ao longo de todo este fim-de-semana muito preocupado com os desenvolvimentos da tragédia no sudeste asiático, apelando repetidamente à solidariedade da comunidade internacional. O maremoto causado pelo sismo de magnitude 9 na escala de Richter de 26 de Dezembro arrasou as costas de 11 países banhados pelo Oceano Índico e causou a morte de quase 150.000 pessoas, além de milhares de desaparecidos e milhões de desalojados. Ontem, antes da oração do Angelus, o Papa disse aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro que é preciso manter a esperança, porque “a Fé é-nos revelada até nas provas mais difíceis e dolorosas, como na calamidade que nos últimos dias atingiu o sudeste asiático”. “Deus nunca nos abandona: no mistério do Natal veio partilhar a nossa existência”, disse João Paulo II, para quem esta certeza “dá fundamento à esperança num mundo melhor, na condição de caminharmos no amor de Deus”. O início de 2005 foi assinalado por João Paulo II com uma mensagem de congratulação pelo “movimento de solidariedade” que se está a registar no mundo para ajudar os países atingidos pelo maremoto. “Dirijo uma vez mais os meus pensamentos às populações atingidas pela tragédia”, disse o Papa, sublinhando a sua satisfação com as ajudas que estão a chegar de todos os pontos do globo. “Este sentido da solidariedade humana permite esperar por dias melhores no ano que hoje começa”, acrescentou. Na sua homilia de 1 de Janeiro, João Paulo II endereçou uma saudação especial aos embaixadores dos países particularmente afectados pelo maremoto do passado dia 26 de Dezembro, que classificou como um “um cataclismo tremendo”. O último dia de 2004 fora também aproveitado pelo Papa para rezar pelas vítimas do sudeste asiático e pela paz, numa celebrada na sua capela privada, à meia-noite. O Papa tem acompanhado constantemente a evolução da tragédia mantendo contacto com os núncios apostólicos das zonas afectadas.
