Francisco referiu-se ao «horrível extermínio» como negação da humanidade
Cidade do Vaticano, 27 jan 2024 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje as vítimas do holocausto, desejando que a memória desse “horrível extermínio” ajude a “não esquecer que a lógica do ódio e da violência nunca pode ser justificada”.
Francisco assinalou na rede social X o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, referindo-se a uma negação da “própria humanidade”.
“Que a recordação e a condenação desse horrível extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras crenças, ocorrido no século passado, ajude todos a não esquecer que a lógica do ódio e da violência nunca pode ser justificada, pois nega a nossa própria humanidade. #WeRemember”, escreveu o Papa.
No dia 27 de janeiro de cada ano assinala-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, uma jornada que evoca o aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, no final da II Guerra Mundial (1939-1945).
Estima-se que 1,3 milhões de pessoas tenham sido enviadas para Auschwitz, onde terão morrido mais de um milhão de prisioneiros, incluindo 960 mil judeus, além de polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e outros europeus.
O Papa Francisco recorda o “horror” que representam as vítimas do holocausto, apelando sucessivamente para que o mundo não esqueça as mortes provocadas pelo ódio entre humanos.
A 13 de setembro de 2021, o Papa encontrou-se, na Eslováquia, com representantes da comunidade judaica, para evocar as vítimas do regime nazi.
“Estejamos unidos – repito – na condenação de toda a violência, de todas as formas de antissemitismo, e no empenho por que não seja profanada a imagem de Deus na criatura humana”, disse, na Praça Rybné námestie, de Bratislava, onde se encontra um memorial da Shoah e que, durante vários séculos, fez parte do bairro judeu
A intervenção recordou os mais de 100 mil judeus eslovacos mortos durante a II Guerra Mundial.
Em 2022, o Papa recebeu no Vaticano Edith Bruck, escritora e sobrevivente de Auschwitz, com quem assinalou o ‘Dia da Memória’.
“Os dois sublinharam, em particular, o valor inestimável da transmissão, aos mais jovens, da memória do passado, também nos seus aspetos mais dolorosos, para não voltar a cair nas mesmas tragédias”, indica um comunicado da Santa Sé.
A nota, enviada aos jornalistas, refere que “Francisco teve uma longa e afetuosa conversa, de cerca de uma hora, com a senhora Edith Bruck, pouco menos de um ano depois da sua visita à casa da escritora, em Roma”.
OC/PR