Cardeal Saraiva Martins diz que será o início de “um novo período, espiritual e socialmente falando”
A visita de Bento XVI a Portugal será um momento importante para toda a sociedade portuguesa, afectada por uma profunda crise, defende o Cardeal Saraiva Martins.
“Estou convencido de que vai ser uma visita muito profícua, muito último, muito importante para os portugueses, crentes ou não crentes”, afirma.
O membro da Comissão Pontifícia para Comissão Pontifícia para o Estado da Cidade do Vaticano (uma espécie de pequeno Parlamento, com sete Cardeais) considera que a presença de Bento XVI pode ajudar a combater o “pessimismo” no nosso país.
“A visita do Papa vai ser o início de um novo período, espiritual e socialmente falando”, afirma.
Confessando acompanhar o que se escreve na imprensa nacional e internacional sobre a crise financeira em Portugal, D. José Saraiva Martins diz que é preciso ter em consideração que esta é “uma crise ocidental”.
“Nas suas homilias e discursos, o Papa vai, por certo, reflectir sobre esta situação e dar, recordar certos princípios que os portugueses não devem esquecer se quiserem superar a crise, porque esta é fundamentalmente uma crise de valores”, observa.
A visita acontece no 10.º aniversário da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta em 2000, celebração que o Cardeal português acompanhou de perto e que culminou um longo processo na Congregação para as Causas dos Santos, a que então presidia.
“Faço votos de que esta visita seja um grande triunfo espiritualmente e socialmente para Portugal e todos os portugueses”, afirma, sublinhando a dimensão “universal” da viagem que o Papa fará a Fátima, que interessa “a todo o mundo”.
Tendo viajado com João Paulo II e Bento XVI a vários países do mundo, D. José Saraiva não se mostra menos emocionado por poder regressar ao seu país acompanhando uma visita papal.
“A minha emoção é ainda mais profunda porque se trata da visita do Papa à «Terra de Santa Maria», como disse já Bento XVI, e para mim é um privilégio acompanhar mais uma vez o Santo Padre à nossa terra”, assinala.
Octávio Carmo, Agência Ecclesia, em Roma