Viseu: Sínodo diocesano entra em fase decisiva

Formação dos grupos que vão estudar os documentos sinodais nas paróquias e congregações arranca em Janeiro, devendo terminar em Março

Viseu, 27 Jan (Ecclesia) – O sínodo da diocese de Viseu aproxima-se da fase da criação das equipas que nas paróquias, congregações e organismos da Igreja Católica vão ser parte essencial do processo que decorre entre 2010 e 2015.

“A operação da constituição de grupos nas paróquias, movimentos e congregações religiosas foi lançada em Janeiro”, salientou à Agência ECCLESIA o bispo diocesano, D. Ilídio Leandro.

O prelado gostaria que a formação das equipas estivesse concluída até fim de Março mas realçou que “em qualquer altura pode integrar-se um novo grupo”, dado que a diocese “não quer excluir ninguém”.

“A sugestão é que em cada localidade pequena que faça parte de uma paróquia haja um ou dois grupos, de modo a que quem queira participar não fique de fora” referiu D. Ilídio Leandro, acrescentando que as equipas devem ter no mínimo entre 6 e 10 elementos, chegando às 20 pessoas como limite máximo.

“Não nos importa reflectir muitas coisas teóricas, mas importa que todas as pessoas sejam envolvidas e se sintam motivadas a trabalhar, indo a aspectos muito práticos mas que sejam fundamentais e que tenham a ver com alguma mudança e renovação”, frisou o bispo de Viseu.

Com o arranque dos grupos, os seus membros são convidados a indicar as duas características que mais apreciam e as que mais as penalizam na Igreja, questões que visam perceber como é que ela “tem estado ou não presente no essencial”.

A 19 de Fevereiro realiza-se um encontro de formação dirigido prioritariamente aos líderes dessas equipas de reflexão sinodais.

Durante a Quaresma, que começa a 8 de Março, vai ser proposto o primeiro tema de reflexão, ‘Igreja-comunhão’, com base na constituição ‘Lumen gentium’, documento sobre a Igreja aprovado no Concílio Vaticano II (1962-1965).

A apreciação deste texto contribuirá para aferir o modo como as paróquias, movimentos e estruturas eclesiais estão a ser “expressão da Igreja”, que é “participação e co-responsabilidade”.

A seguir à Páscoa (24 de Abril), as equipas recebem novo tema para análise, baseado no texto ‘Gaudium et Spes’ também conciliar, que reflecte sobre a presença da Igreja no mundo.

Com este documento pretende estudar-se a vertente solidária e o testemunho “dos valores éticos que devem orientar a sociedade”, avaliando a forma como os organismos eclesiais têm respondido à “crise” através da “partilha dos bens, atenção ao outro e cuidado pelos mais carenciados”, explicou D. Ilídio Leandro.

A integração de toda a população no processo sinodal está prevista após a análise aos quatro principais textos do Concílio Vaticano II (o sínodo pretende também assinalar os seus 50 anos), com o lançamento de um “grande inquérito individual”.

O questionário tem como objectivo “auscultar toda a diocese, sejam cristãos praticantes ou não”, dado que “a Igreja precisa de estar atenta àquilo que os outros, um pouco de fora” sugerem e criticam, justificou o bispo de Viseu.

A etapa final do Sínodo, correspondente aos dois últimos anos, é reservada à elaboração dos documentos de trabalho que resultam da análise aos trabalhos de grupo e inquérito individual, textos que vão dar origem à realização de assembleias sinodais.

Os sínodos diocesanos são assembleias consultivas destinadas a discutir questões importantes das Igrejas particulares.

RM

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