«O desafio do cuidado leva-nos a criar relações com a pessoa humana doente colocando-a no centro do nosso agir» – D. António Luciano
Viseu, 08 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viseu apelou ao cuidado dos doentes, numa mensagem às comunidades católicas da diocese, sublinhando que esta preocupação “gera uma relação saudável.
“A pastoral da saúde e dos doentes é muito necessária para a humanização dos cuidados e para um despertar científico, tendo como horizonte as melhores técnicas, princípios éticos e uma espiritualidade que valorize e promova o respeito pela dignidade da pessoa humana”, escreve D. António Luciano, na mensagem para o próximo Dia Mundial do Doente, enviada à Agência ECCLESIA.
A Igreja Católica celebra anualmente esta jornada na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, a 11 de fevereiro.
O bispo de Viseu assinala que o desafio do cuidado leva a criar relações com a pessoa humana doente “colocando-a no centro do agir”.
“Nas nossas paróquias, comunidades e instituições não tenhamos vergonha, nem medo de cuidar dos doentes, pois Jesus”, apela.
D. António Luciano, enfermeiro de formação, alerta que quando na prestação de cuidados “faltam os recursos”, para cuidar e tratar com dignidade os doentes, “não é possível responder às necessidades fundamentais dos doentes, nem humanizar as relações”, e contextualiza com a falta de médicos, enfermeiros, os terapeutas ocupacionais, os assistentes sanitários, os capelães, os assistentes espirituais, os voluntários e os familiares.
O bispo de Viseu observa ainda que o “desequilíbrio na gestão dos serviços de saúde” pode levar a pessoa humana a sentir um “certo mal-estar”, que prejudica as relações com a família, os profissionais, as instituições e a comunidade.
‘«Não é conveniente que o homem esteja só» – Cuidar do doente, cuidando das relações’, é o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente 2024, a 32.ª edição desta celebração.
A partir desta mensagem do Papa, o bispo de Viseu salienta que o problema dos idosos na atualidade “é um grande desafio para a família e a sociedade” e considera que a Igreja Católica, através das suas instituições e serviços e da Pastoral Social, “deve ser em cada diocese uma resposta a estas vulnerabilidades”.
Neste contexto, refere que as causas da solidão e a sua cura podem passar por um “longo processo de integração humana, psíquica e espiritual”, onde as relações sadias com o outro são um “ponto de partida muito importante”, enquanto as “diversas formas de desumanização e de falta de relação” nos serviços de saúde públicos e privados, levam ao abandono da pessoa humana nas mais diversas situações.
“A oração pelos doentes e com os doentes deve fazer parte de um processo terapêutico de cura e de relação onde a espiritualidade aparece como um meio importante para a recuperação da saúde integral”, acrescenta D. António Luciano, na mensagem do Dia Mundial do Doente, publicada no sítio online da Diocese de Viseu.
O Gabinete de Informação da Diocese de Viseu divulga que a capela do Hospital de São Teotónio vai receber a Eucaristia no âmbito do Dia Mundial do Doente, presidida pelo bispo diocesano, às 16h30, com transmissão interna para os doentes do hospital.
CB/OC
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