Viseu: «Não tenham medo de vir à Igreja», pede bispo às famílias, às crianças, aos adolescentes e aos jovens

D. António Luciano convidou a rezar para que «nefastos males e crimes hediondos nunca mais aconteçam na vida da Igreja e da sociedade»

Viseu, 06 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Viseu, com os sacerdotes da diocese, pediu “perdão pelos abusos sexuais cometidos a crianças e adultos vulneráveis no seio das instituições da Igreja” ao Senhor e a todas as vítimas, na Missa Crismal presidida na Sé.

“Queremos pedir ao Senhor a graça de estarmos disponíveis para prevenir, defender e cuidar os inocentes, as crianças, os indefesos e os mais vulneráveis, preservando-os de toda a espécie de mal”, disse D. António Luciano, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Viseu referiu que como presbitério estão todos “sob suspeita de graves erros e crimes”, e levam na vida “a dor e o mistério da Paixão”, carregando a sua cruz, a dos irmãos e também a das vítimas.

“Sofremos com Cristo a dor do abandono e do escárnio, envolvidos no mistério salvífico da Cruz, com Ele ressuscitarmos no mistério da Páscoa, para, com energia nova, cuidarmos das vítimas de abusos sexuais de crianças na Igreja Católica em Portugal.”

Na homilia, D. António Luciano convidou o presbitério de Viseu a pedirem juntos “ao Senhor e a todas as vítimas perdão pelos abusos sexuais cometidos a crianças e adultos vulneráveis” no seio das instituições da Igreja, e que, com firmeza, façam tudo o que estiver ao seu alcance, para que, através da prevenção, da formação e do cuidado, “as vítimas recuperarem a saúde que lhes foi roubada”.

“Rezemos para que tão nefastos males e crimes hediondos nunca mais aconteçam na vida da Igreja e da sociedade”, acrescentou.

“Todos juntos, pedimos às famílias, às crianças, aos adolescentes e aos jovens que não tenham medo de vir à Igreja, de celebrar com alegria a fé, a Eucaristia, de viver em comunidade com os outros, de frequentar a catequese e de participar nas atividades dos grupos paroquiais e movimentos eclesiais. Façamos da Igreja uma bênção, uma Instituição e Casa Comum segura para todos, onde todos se sintam bem, sejam sempre acolhidos e felizes.”

Na Sé de Viseu, o bispo diocesano afirmou também que “as crises do mundo de hoje, da vida, dos presbíteros e da Igreja” não são indiferentes aos discípulos de Cristo, “que desejam ser fiéis no seguimento de Cristo”, e partilhou pistas para um “caminho de renovação e de esperança”, realçando que Jesus ensina a pedir e a dar com gratuidade.

D. António Luciano afirmou também que “são precisas respostas novas para mudar o estilo de vida dos sacerdotes”, através de uma verdadeira conversão eclesial, identificada com Cristo, o Cordeiro Pascal, alertando que perante o “fenómeno da descristianização”, da falta de vocações e do envelhecimento dos sacerdotes, a vida pastoral enfraquece e falta a participação das famílias e crianças nas comunidades.

“O afastamento dos jovens diminui a motivação para a participação das JMJ e outros eventos. A falta de espírito e fulgor missionário, a pobreza de meios e de pessoas, assim como o fenómeno da desertificação e da indiferença cria em muitas comunidades um vazio humano e espiritual”, acrescentou, na Missa Crismal que reúne o presbitério com o seu bispo, de renovação das suas promessas, onde foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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