Viseu: Festival Tramontana estuda património imaterial religioso da região

8.ª edição do certame está focada na «matriz sagrada das aldeias rurais do maciço da Gralheira»

São Pedro do Sul, Viseu, 10 abr 2013 (Ecclesia) – O estudo do património imaterial religioso do Concelho de São Pedro do Sul, na Diocese de Viseu, é uma das principais apostas do Festival Tramontana, que decorre na região até 27 de abril. 

A iniciativa é organizada pela Binaural – Associação Cultural do Nodar que, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, adianta que a ideia passa por favorecer a “reflexão”, a “criação artística” e a “documentação” à volta desta temática, com o apoio de artistas, investigadores e gestores culturais nacionais e internacionais. 

Os resultados serão depois inseridos “numa rede europeia multimédia” especificamente dedicada à “promoção dos territórios rurais de montanha”. 

Desde maio de 2012 que os promotores do festival fazem parte da “Rede Tramontana de arquivos da memória do Sul da Europa”, um projeto financiado pela Comissão Europeia e que conta com mais seis organizações de Itália e França. 

“Seguindo exemplos em curso noutras regiões europeias”, a Binaural quer abrir novos horizontes na relação com o património local, assentes na “inovação” e na “pesquisa social e geográfica” de zonas como os maciços da Gralheira, Arada e Montemuro e os vales do Paiva e do Vouga, nos distritos de Viseu e Aveiro. 

De acordo com a organização, “o sacro é um elemento central das comunidades rurais” presentes no território e “é impossível pensar” nelas sem incluir uma análise cuidada aos diversos elementos religiosos que fazem parte do quotidiano das pessoas, como “as missas, as obras sociais, a catequese, as romarias e celebrações de vida e morte”. 

A 8.ª edição do festival, iniciada no dia 4 de abril, vai estar mais focada no “riquíssimo património de matriz sagrada das aldeias rurais do maciço da Gralheira”, onde durante as próximas semanas músicos e compositores vão procurar transpor para a pauta os sons, as vivências e os ambientes próprios das igrejas e capelas ali existentes. 

Em termos da participação portuguesa, destaque para a presença dos alunos do mestrado de Criação Artística Contemporânea da Universidade de Aveiro, que analisaram a “forte” ligação que continua a existir entre as populações locais e a Igreja Católica. 

Um aspeto que “poderá surpreender muitas pessoas tendo em conta o secularismo crescente das sociedades contemporâneas”, aponta a Binaural. 

O Festival Tramontana é apoiado entre outras entidades pelo Departamento de Bens Patrimoniais da Diocese de Viseu e financiado pelo Governo de Portugal, através da Direção Geral das Artes, e pela Comissão Europeia.

JCP

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