Viseu: «Festa das Cruzes do Guardão», em Tondela, é Património Cultural Imaterial de Portugal

«É uma boa notícia, não só para o Arciprestado de Besteiros e para o concelho de Tondela, como para a Diocese de Viseu» – Padre João Zuzarte

Foto: Diocese de Viseu

Viseu, 17 jan 2025 (Ecclesia) – A Diocese de Viseu destaca a classificação como património imaterial da ‘Festa das Cruzes do Guardão’, “com mais de 300 anos” no concelho de Tondela, após candidatura da autarquia local ao Património Cultural – Instituto Público.

“Uma decisão que também é vista com alegria pela Diocese de Viseu, ao ser valorizada e reconhecida uma tradição religiosa que resulta do esforço e união de quatro paróquias”, explica uma nota de imprensa da Diocese de Viseu, enviada esta sexta-feira, dia 17 de janeiro, à Agência ECCLESIA.

A Diocese de Viseu informa que, todos os anos, são muitos os fiéis e curiosos que assistem à celebração da ‘Festa das Cruzes do Guardão’, “a mais antiga e emblemática manifestação religiosa do concelho de Tondela”, a Paróquia do Guardão, no Caramulo, é o ponto de encontro de uma festa que tem “um conceito praticamente único de tradição religiosa”, a principal atração as cruzes que o povo apresenta, “grande parte delas enfeitadas com metais preciosos, grinaldas, motivos vegetais, flores ou frutos da época”.

A ‘Festa das Cruzes do Guardão’, com mais de 300 anos, foi classificada como património imaterial, o anúncio foi publicado em ‘Diário da República’ no dia 9 de janeiro deste ano, na sequência da candidatura da Autarquia de Tondela ao Património Cultural – Instituto Público, em maio de 2023,

O pároco local, o padre João Zuzarte, espera que seja uma “rampa de lançamento para a presença e a participação de pessoas de outras latitudes”.

“É uma boa notícia, não só para o Arciprestado de Besteiros e para o concelho de Tondela, como para a Diocese de Viseu. Este reconhecimento e valorização acaba por incidir na rota das tradições religiosas e profanas mais justificativas do nosso país”, acrescentou o sacerdote.

Para o Município de Tondela a classificação da ‘Festa das Cruzes’ como património imaterial de Portugal “vai ajudar a salvaguardar, a valorizar e a promover ainda mais este evento que se realiza há mais de 300 anos no Guardão”.

“Estamos muito satisfeitos com a inscrição da Festa das Cruzes no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Para nós este é um reconhecimento justíssimo e muito relevante não só para esta manifestação religiosa e cultural secular, mas também para o concelho de Tondela”, salientou a presidente do município, Carla Antunes Borges.

Foto: Diocese de Viseu

Segundo a nota de imprensa, na realização da ‘Festa das Cruzes do Guardão’ estão envolvidas as Paróquias de Guardão, Campo de Besteiros, Santiago de Besteiros e Castelões, que reúnem anualmente para cumprir a promessa antiga de agradecimento à Nossa Senhora dos Milagres “pela sua ajuda na expulsão dos mouros”.

“No contexto do sínodo que estamos a viver há um trabalho conjunto na preparação da festa de quatro comunidades vizinhas distintas, mas que têm a sua própria forma de estar, permitindo encarnar a dimensão sinodal. Também esta festa é um momento-chave na vida daquelas paróquias, com pessoas vindas de várias partes da região, permitindo que sejam ultrapassados os perímetros locais”, desenvolveu o sacerdote, que é o pároco das paróquias envolvidas na festa.

A ‘Festa das Cruzes do Guardão’, em Quinta-feira da Ascensão – 40 dias depois da Páscoa -, tem vindo a ser realizada no sábado, desde 2022, para reunir mais pessoas de vários pontos de Portugal; a sua organização evolve cerca de 30 pessoas e, em 2024, juntou mais de mil participantes.

A ‘Festa das Cruzes’ de Barcelos, na Arquidiocese de Braga, com mais de 500 anos e origem na Lenda do Milagre da Cruz, e as festas em honra de São Gonçalo, a ‘Festa de São Gonçalinho’ na Diocese de Aveiro, também foram inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal, informa o anúncio publicado, no dia 13 de janeiro, em Diário da República.

CB

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