Bispo de Viseu manifesta alegria por celebrar a Páscoa de portas abertas e incentiva à vacinação para abrir nova etapa
Viseu, 03 abr 2021 (Ecclesia) – O bispo de Viseu afirmou a sua alegria por celebrar a Páscoa “com as igrejas com gente”, incentivou à vacinação contra a Covid-19 e disse que a Páscoa passa também por dar a todas as pessoas “o pão de cada dia”.
“Hoje temos muita gente que ficou no desemprego e que pode vir a ficar no futuro, então temos de fazer tudo para que as pessoas tenham o pão de cada dia. Isso para mim é Páscoa, é sair do sepulcro vazio”, afirmou D. António Luciano em entrevista à Agência ECCLESIA.
Para o bispo de Viseu “é uma graça” celebrar a Páscoa com as igrejas abertas, ainda que com as necessárias medidas de segurança como o afastamento social, a higienização das mãos, o uso da máscara e outros meios que podem ser usados para defesa e proteção das pessoas.
“Há uma confiança dada à Igreja, também pelo modo como se tem comportado durante a pandemia, mas continuamos a insistir que temos que ter muitos cuidados”, salientou, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O bispo de Viseu destaca que a vacina “é muito importante, muito valiosa, muito séria” e reflete se algum dia em “21 séculos de civilização pós Cristo”, após o acontecimento do sofrimento, da morte e da ressurreição de Cristo, para viver com “um pouco de tranquilidade e à vontade” todos precisassem de uma vacina.
Enfermeiro de formação, para o responsável católico é preciso “ajudar as pessoas, sensibilizá-las”, para não terem “medo de ser vacinados”, uma vez que o que é positivo como valor “é maior do que algum risco que possa acontecer”.
D. António Luciano destaca que o mundo digital tem “aproximado e facilitado imenso”, mas considera que é preciso dar o salto da proximidade realizada pelos meios online “para a proximidade física” que vai acontecer quando existir segurança para todos e “a vacina é muito importante”.
“Depois disto, nada vai ser igual, tudo tem que ser novo na pastoral, na nossa vida, na relação com os outros, no respeito. Temos é que encontrar formas, sem desânimos, e é isso que acontece às vezes nos cristãos”, acrescentou.
Nesse modo diferente descobrimos o valor e a profundidade das coisas e da relação que nos merecem com Deus e com os outros, e a Páscoa é isto. A Páscoa é que promoveu esta vivência quaresmal, por isso é a passagem. Estamos a passar por uma pandemia que no fundo é um grande êxodo”.
D. António Luciano espera que “não seja só uma falácia” quando se fala em maior proximidade entre as pessoas, no futuro.
“A caridade que quero fazer começa por mim, pelo meu coração, começa pela minha família, começa pela minha casa, e, depois, vai pela rua e logo atinge todos”, desenvolveu.
O bispo de Viseu, que por causa da pandemia não esteve tanto com as pessoas e não foi ao “encontro dos mais necessitados”, como gostaria, revela preocupação com o stress, o cansaço e as “patologias a nível psicológico” que afetam muitos jovens e adultos.
O entrevistando entende que a pandemia vai também “trazer oportunidades, desafios”.
“Não podemos fugir do rebanho, estamos é de outro modo junto do rebanho, talvez mais vigilantes do que nunca”, realçou D. António Luciano, para quem “a pastoral tem que ser diferente”.
A entrevista ao bispo de Viseu vai estar em destaque na emissão do Programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, no Domingo de Páscoa (06h00).
HM/CB/OC