Processo em curso congregou postulador da causa da canonização, o bispo de Viseu e o Instituto Jesus Maria José, numa reunião trabalho
Viseu, 02 ago 2024 (Ecclesia) – O postulador da causa da canonização da beata Rita Lopes de Almeida destacou a importância de “dar a conhecer a vida e obra” da religiosa, para que seja identificado o milagre necessário para a concretização da canonização.
“O milagre deve corresponder a uma situação que tenha as características de uma intervenção divina e imediata, que na maioria dos casos se manifesta na cura de uma doença, por exemplo, com sinais fortes de que esta intervenção divina aconteceu por intercessão da Beata Rita”, afirmou o monsenhor Fernando Matos, esta quarta-feira, na Casa Episcopal.
Nomeado em outubro de 2023 para o cargo, o monsenhor Fernando Matos, da Diocese de Vila Real e residente em Roma, reuniu-se com o bispo de Viseu e o Instituto Jesus Maria José, do qual a beata Rita Lopes de Almeida é fundadora, para um ponto de situação do processo em curso.
Segundo o postulador da causa da canonização, “quando se tomar conhecimento desse milagre”, o facto será apresentado à Santa Sé, “devidamente fundamentado com documentação médica e testemunhas credíveis, para o qual não haja explicação científica”.
O processo está, “acima de tudo, nas mãos de Deus”, referiu, informa a Diocese de Viseu.
Esta foi a primeira vez que o postulador da causa da canonização teve um contacto direto e mais aprofundado sobre a história da Beata Rita Lopes de Almeida, assinalando que se sente impelido “a conhecer mais profundamente esta figura extraordinária, que continua presente apesar de ter passado mais de um século”.
A congregação tem desenvolvido esforços para divulgar o máximo da “obra da Beata Rita”, através “de devoções, para que as pessoas peçam os milagres”, refere a irmã Leonir Tomazi, vice-postuladora.
“A divulgação é uma forma de chegarmos mais longe e de a levarmos a quem precisa de conhecer o seu testemunho e a sua graça”, salientou.
“A condição para a canonização que a Santa Sé exige é um milagre e o nosso trabalho é divulgar para que as pessoas relatem as graças recebidas. Temos recebido muitos relatos, só que têm de cumprir os critérios que a canonização exige”, acrescentou.
O bispo de Viseu, D. António Luciano, reforçou o compromisso em nome pessoal e da diocese, em continuar a apoiar a causa, que diz estar “a fazer o seu percurso normal dentro daquilo que são as etapas estabelecidas”, sublinhando que “o projeto de canonização é um projeto da Igreja”.
“É um exemplo pela sua personalidade humana, cristã e religiosa, tendo sido uma mulher do povo que, no meio de tantas dificuldades, foi um modelo como apóstola da Eucaristia, do Rosário e da família”, evidenciou.
Para a irmã Maria do Céu, provincial do Instituto Jesus Maria José, o encontro consistiu num “momento de reflexão e de motivação para se dar a conhecer a obra da Madre Rita”.
“Saímos daqui mais entusiasmadas e queremos que seja mais conhecida, trazendo-a para o núcleo das famílias. Para que o milagre aconteça, precisamos de envolver mais gente que seja devota da Madre Rita e que se sinta atraída pelo carisma e missão que ela nos deixou”, ressaltou.
O Instituto Jesus Maria José está a delinear um projeto artístico para dar mais visibilidade à Madre Rita na sua Igreja, em Jugueiros, que vai ser “centrado no carisma, espiritualidade e missão da fundadora e da sua obra, que vai abranger a dimensão espiritual, com uma vertente artística de arte contemporânea”, adiantou a ecónoma, Maria Salete.
O padre Jorge Lopes, reitor da Igreja da Beata Rita, em Ranhados, Viseu, e o vigário-geral da diocese, Cónego Carlos Casal, também marcaram presença no encontro, em que foram apresentados ao novo postulador a Igreja Madre Rita, a Casa Memorial e Igreja de Ribafeita, com o acompanhamento de Fátima Eusébio, coordenadora dos Bens Culturais da Diocese de Viseu.
LJ
Rita Amada de Jesus nasceu a 5 de março de 1848, em Ribafeita, Viseu, onde foi batizada no dia 13 do mesmo mês, recebendo o nome de Rita Lopes de Almeida.
Desde criança se mostrou inclinada à piedade, grande amor à Igreja e devoção ao Papa. Pelos 18 anos entregou-se totalmente ao apostolado do Rosário em prol das famílias e, mais tarde entrou num convento, mas teve de sair por sentir que aquela não era a sua vocação. Reconhecendo que Deus a chamava para a missão de ensinar, aos 32 anos fundou o primeiro colégio e simultaneamente o Instituto das Irmãs de Jesus Maria José, cujo lema é o da Sagrada Família de Nazaré. |