«Aquilo que precisa ser mudado é a nossa vida, para uma vida melhor, mais de relação com os outros» – D. António Luciano

Fátima, 04 out 2025 (Ecclesia) – A Diocese de Viseu apresentou o Plano Pastoral 2025/2026, intitulado ‘És ChAmado por Jesus. Sê Protagonista da Mudança’, este sábado, dia 4 de outubro, numa Assembleia Diocesana que realizou na sua Peregrinação Jubilar ao Santuário de Fátima.
“É chamado por Jesus a ser protagonista da mudança. A palavra mudança é muito bela e, ao mesmo tempo, também nos traz desafios. Custa sempre mudar alguma coisa, mas a primeira mudança é a do coração, a mudança das relações uns com os outros, como nos pede o documento, criarmos relações novas, de acolhimento, de escuta, de diálogo, de partilha, de crescimento entre nós, do amor de Jesus, que nos faz mais irmãos e mais fraternos, mais solidários”, explicou o bispo de Viseu, em declarações à Agência ECCLESIA, em Fátima.
D. António Luciano disse que “gostaria também” que se encontrassem com Jesus “e que depois, com Ele”, ajudassem “a mudar aquilo que precisa ser mudado”, para ser “mais fiel ao Espírito Santo”, e também uma resposta atual, e marcada pela esperança, à Igreja de hoje.
“E, aquilo que precisa ser mudado é a nossa vida, para uma vida melhor, mais de relação com os outros, mas também a vida das nossas paróquias, das nossas comunidades, das nossas estruturas diocesanas.”
Segundo o bispo de Viseu, das comunidades cristãs, dos católicos, “pode partir toda a ajuda, toda a ajuda” para a mudança da própria sociedade com desafios, por exemplo, sobre os imigrantes, de acolhimento de todos, e por isso insiste “muito” em criar nas paróquias “grupos de reflexão pastoral, constituídos por sacerdotes, por diáconos permanentes, por consagrados e por leigos empenhados.
“Que eles aí entrem e levem afinco esse ser protagonista da mudança, que começa sempre no meu coração para mudar pequenas coisas e para depois também dar um rosto novo à pastoral”, acrescentou D. António Luciano.

‘És ChAmado por Jesus. Sê Protagonista da Mudança’, é o lema do Plano Pastoral 2025/2026 da Diocese de Viseu, o último ano de um triénio, que, explica o coordenador da Pastoral Diocesana, partiu da “inspiração” do Papa Francisco que pediu que todos fossem “raízes da alegria”, e começaram a pensar “a partir das necessidades da diocese, pastorais”, e que orientação poderiam ter para três anos.
“A mudança vai de encontro àquilo que temos estado a acompanhar, e que é o apelo do Magistério e da Igreja, que é a implementação das conclusões sinodais, viver este espírito sinodal na Igreja, onde se faz a conversão pessoal, e também a conversão pastoral e das estruturas, para conseguirmos encontrar esse caminho de uma mudança de mentalidade, de uma forma nova e renovada de ver a Igreja, de estar a Igreja, de ser Igreja, e de fazermos caminho juntos”, desenvolveu o padre João Zuzarte, à Agência ECCLESIA.
O sacerdote, que foi o coordenador da Comissão Diocesana para os Trabalhos do Sínodo dos Bispos 2024, destaca que “sempre” que procuram “trabalhar numa direção, o primeiro objetivo são as pessoas, a sociedade”, onde se incluem “aqueles que muitas vezes já estão dentro”, mas precisam de formação, “de um acompanhamento, também, muitas vezes, de abrir um pouco os horizontes”.
“Tentar chegar ao máximo de pessoas possível para as trazer até Cristo, é sempre esse o objetivo. Para que também as nossas paróquias, as nossas comunidades, as nossas igrejas, possam alegrar-se e viver essa alegria de ver os seus filhos a chegar, a participar, a estar e a sentir-se bem”, destacou.
O coordenador da Pastoral Diocesana de Viseu acrescenta que “quando há mudança, há sempre resistência”, vão também vamos “encontrando algum comodismo, porque isto obriga a desinstalar, “obriga a perspetivar caminhos novos, a olhar novos horizontes”, a descobrir muitas vezes formas de estar, de trabalhar às quais não estavam habituados, mas “com o tempo, devagar, vai conseguindo gradualmente instituir e implementar este caminho”.
Segundo o padre João Zuzarte, no novo ano pastoral, final de um triénio, “sinodalizar a Igreja, é pôr mesmo em prática, a partir das estruturas”, vão também “incidir muito nas vocações e na missão”, numa diocese com “uma carência muito grande também de sacerdotes”, têm três seminaristas, e celebrar os 20 anos da beatificação da portuguesa Rita Amada de Jesus, “que será a figura protagonista deste programa pastoral”.
PR/CB
![]() O bispo de Viseu explicou ainda que uma peregrinação diocesana no início do novo ano pastoral “contribui” para que sejam “dóceis ao Espírito Santo, é o impulso do Espírito que, na comunhão da Igreja Diocesana, faz participar naquilo que são os desígnios de Deus”.
A Diocese de Viseu informa que participam “cerca de três mil fiéis” nesta Peregrinação Jubilar Diocesana, ao Santuário de Fátima, que começou com a recitação do terço, na Capelinha das Aparições, seguindo-se a celebração da Eucaristia, na Basílica da Santíssima Trindade. “Como peregrinos, saibamos chorar diante de um mundo desconhecido, onde muitas vezes faltam pessoas com um pão na mão e a fé no coração. É preciso renovar e avivar na vida dos cristãos a dimensão humana e espiritual da peregrinação, como um lugar de escuta, encontro, diálogo, oração, partilha, conversão e renovação interior, em busca da esperança pascal”, disse D. António Luciano, na Missa. O bispo diocesano apelou “à renovação da fé e ao compromisso com a paz num tempo marcado pela incerteza”, neste ano santo jubilar, informa o Gabinete de Informação da Diocese de Viseu, em nota enviada à Agência ECCLESIA. No dia da memória litúrgica de São Francisco de Assis, no calendário da Igreja Católica, D. António Luciano convidou os peregrinos a “olhar para o seu exemplo e testemunho” e a aprender com ele “a cantar o hino em nome de todas as criaturas”.
O bispo de Viseu pediu também a todos que reforcem as suas orações e que abram “as portas do seu coração, da sua casa, da sua paróquia, da sua família, e dos seus projetos à ação salvífica de Deus, na esperança de que a Mensagem de Fátima produza nas suas vidas muitos frutos”, referindo-se ao mês de outubro, o “mês missionário e do rosário”. |