Diocese destina ajuda a vítimas do sismo na Síria e na Turquia
Viseu, 21 fev 2023 (Ecclesia) – O bispo de Viseu recordou na sua mensagem para a Quaresma 2023, enviada à Agência ECCLESIA, os “crimes hediondos” dos abusos sexuais de menores, pedindo que este seja um tempo para pedir perdão a todas as vítimas.
“Façamos desta Quaresma um autêntico tempo de conversão interior para pedirmos, carregados de vergonha, perdão a todas as vítimas de abusos sexuais de crianças na Igreja Católica em Portugal”, escreve D. António Luciano.
“Condenemos tais atos como crimes hediondos, que tanto fazem sofrer as vítimas, as famílias e a Igreja. Rezemos para que mais ninguém seja vítima destes abusos”, acrescenta o responsável católico.
A 13 de fevereiro, em Lisboa, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, designada pela Conferência Episcopal Portuguesa, apresentou o seu relatório final, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022.
“Cuidemos de todos através da prevenção mais vigilante e proporcionemos, a todas as vítimas de abuso sexual e de qualquer tipo de violência, o apoio e ajuda de que precisam para se libertarem de tão grande e nefasto sofrimento”, apela o bispo de Viseu.
Rezemos para que a Igreja seja um lugar de encontro, de diálogo, de conversão, de perdão e de cuidado para todos. Confiemos ao Senhor Ressuscitado a nossa vida e saibamos acolher na paz de coração, o dom do perdão e da sua misericórdia infinita”.
Grupos de católicos estão a organizar, em várias cidades do país, vigílias de oração, na Quarta-feira de Cinzas, em solidariedade com as vítimas de abusos sexuais na Igreja.
O bispo de Viseu destaca que a oração “faz parte do processo de cura para os sobreviventes de abusos, suas famílias e comunidades cristãs”.
“Que o Sacramento da Reconciliação, as diversas formas de penitência e os atos de piedade quaresmais como a celebração da Paixão e a Via-Sacra, nos ajudem a cumprir estes bons propósitos”, indica.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (22 de fevereiro, em 2023), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 9 de abril).
“A vida interior do cristão renova-se também pela experiência do jejum evangélico, pela esmola e pela penitência corporal, mas, sobretudo pela mudança de vida, conversão do coração e pelo arrependimento dos pecados”, assinala D. António Luciano.
As comunidades católicas da Diocese de Viseu vão ajudar as vítimas do recente sismo na Síria e na Turquia, com os donativos recolhidos durante o tempo de preparação para a Páscoa.
“Este ano a Renúncia Quaresmal, sinal de penitência e partilha, que habitualmente tem lugar no domingo de Ramos, destina-se às vítimas do sismo na Turquia e na Síria, lugares de tanto sofrimento”, escreve o bispo diocesano.
D. António Luciano convida à oração e à solidariedade com as vítimas dos terramotos de 6 de fevereiro – que provocaram mais de 47 mil mortes, milhares de feridos e desalojados – para “aliviar os seus duros sofrimentos”.
A renúncia quaresmal é uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
OC