Viseu: Bispo realça «valor da família» e alerta para cultura da morte

Viseu, 28 dez 2015 (Ecclesia) – O bispo de Viseu convidou a aceitar o Natal como “marco” que distingue o “mundo velho do novo”, cujo valor fundamental assenta na família.

“A família é a célula fundamental da sociedade e da Igreja, espaço de encontro com Deus e com os irmãos. Natal é referência para a família e para os poderes políticos e sociais, que têm como missão fundamental o bem comum e o bem das comunidades e das pessoas”, explicou D. Ilídio Leandro na homilia de Natal.

Neste contexto, o bispo da Diocese de Viseu alertou que a pessoa humana “não é somente questão religiosa” mas também não é apenas “questão de consciência individual ou moral pessoal”.

“A pessoa humana é questão de valor inviolável, de dignidade, de direitos fundamentais. É questão social, de Estado de Direito e de igualdade de todos os cidadãos que, mais pequenos, frágeis, doentes, diferentes, mais exigem proteção”, acrescentou.

Segundo o prelado, o Natal é o “marco a unir o Antigo e o Novo Testamento; a distinguir o mundo velho do novo e a apresentar o homem novo, substituindo o velho”.

Neste mundo novo não há lugar o velho de “injustiça, guerra, desigualdade, marginalização” que “existiu e criou horrores”, disse D. Ilídio Leandro.

Na homilia do Dia de Natal, o prelado alertou que o mundo velho foi testado e “não deixa saudades” pela sua “cultura de morte” que importa inverter com o nascimento da “cultura da vida” onde as pessoas sejam “iguais, independentemente dos bens, da cor, da religião ou da política”.

“Precisamos de despertar o mundo do individualismo, do egoísmo, da corrupção, da mentira, da hipocrisia. Há necessidade de mensageiros que anunciem a paz, transmitam boas novas, proclamem alegria, esperança e salvação”, desenvolveu o prelado.

A Diocese de Viseu, no seu sítio na internet, informou que o seu bispo não presidiu à Eucaristia do Dia de Natal na Sé mas nas paróquias de Fornelo do Monte, Paços de Vilharigues e Ventosa, do padre António Fernandes “que se encontra hospitalizado”.

Na Vigília de Natal, na catedral viseense, D. Ilídio Leandro alertou que são a sociedade precisa “muito de crianças”, realçando que o nascimento de Jesus anuncia e traz valores de “paz, amor, verdade, vida e Misericórdia” para as pessoas e para o mundo.

“[Celebramos] o Natal de uma verdadeira criança que, hoje, é novidade, tão raros são os nascimentos”, comentou o prelado, observando que há pessoas que “preferem meninos de barro”.

Segundo o bispo de Viseu, as crianças “de carne, os que nascem, choram, sorriem” precisam de uma Mãe e de um Pai, “de uma família humana, bens que hoje também parecem faltar”.

“Os meninos de barro, os descartáveis depois da Quadra [Natalícia], esses não pedem nem exigem nada, são só ornamentais”, alertou.

Vem, Senhor Jesus! Continua a vir como criança para que todas as crianças encontrem em Ti um irmão que as acolha e lhes permita viver e crescer na paz e no amor; continua a nascer e a despertar a criança que, em nós, dorme e se esquece de sorrir, de viver e de dar a mão aos irmãos que Tu envias como os próximos que precisam e esperam o nosso amor”, concluiu o prelado, saudando “todas as pessoas” sem esquecer “os pobres, os doentes, os sós, os tristes, os refugiados, os desprezados e os excluídos do amor e da vida”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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