D. António Luciano escreveu mensagem para a Quaresma, lembrando eleições legislativas de 10 de março
Viseu, 14 fev 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viseu apela a todos os cidadãos “para que participem ativamente no ato eleitoral” de 10 de março, “com o seu voto livre, consciente e responsável”.
“As próximas eleições legislativas devem ser vistas com responsabilidade e empenho pelos candidatos e por todos os cidadãos de modo que possam contribuir para o futuro de um país mais próspero e justo”, pode ler-se na mensagem para a Quaresma de D. António Luciano.
Segundo o bispo diocesano, “para os cristãos, votar é um dever cívico, um ato humano e moral, iluminado pelos princípios da Doutrina Social da Igreja”.
Na mensagem, D. António Luciano evoca as crises do mundo atual, a nível social, económico, ecológico e ambiental, não esquecendo as guerras na Ucrânia e entre Israel e Hamas, “com tantos mortos e refugiados”.
“As dificuldades em mudar o rumo das coisas e promover um cessar-fogo estável, o acolhimento dos refugiados, a implementação de negociações que levem ao fim da guerra, promovam a justiça social e a construção da paz estão longe de acontecer”, lamentou.
“Perante a instabilidade social e política vivida por muitas nações, manifesta-se uma insatisfação generalizada em muitas pessoas e em diversos grupos da sociedade, que reivindicam direitos, denunciam injustiças, que afetam a harmonia da vida humana”, acrescentou.
D. António Luciano diz observar, “com preocupação”, a situação “difícil” de muitas famílias, que vivem em que vivem em dificuldades económicas sérias, no limiar da pobreza, lembrando ainda “os idosos, os doentes, os que sofrem, os fragilizados, os que vivem sozinhos em casa ou estão internados em instituições particulares de solidariedade social, os doentes internados nos hospitais e estabelecimentos de saúde”.
O bispo de Viseu assinala que a Quaresma é “o tempo santo e favorável da salvação vivido ao longo de quarenta dias, através do deserto interior, no seguimento de Jesus”.
“Somos chamados a caminhar com Ele, para participarmos com alegria na vida da Nova Aliança. Em caminho sinodal, vivamos juntos o apelo à conversão, à renovação interior, à penitência, à oração, à escuta da Palavra de Deus e à partilha fraterna do pão com os mais necessitados”, convidou.
Para iniciar um caminho novo de libertação interior, segundo D. António Luciano, “é preciso aceitar o desafio da mudança de rumo” de vida.
Precisamos de abandonar a planície da mediocridade, espaço de prisão, onde abundam os ídolos, os vícios, o pecado, a desordem moral, o dinheiro, o álcool, a droga, o jogo, a criminalidade, o medo, a angústia, a solidão, o ciúme, a inveja, o orgulho, a vaidade, a ganância, a corrupção, o lucro desonesto, a exploração, a fraude, a indiferença, o ateísmo, os desregramentos pessoais e sociais, que provocam injustiças e violências graves, causando feridas difíceis de curar no ser humano e no tecido da sociedade atual”.
O bispo convidou os diocesanos a pedir a Jesus, nestes 40 dias até à Páscoa, para que aponte “caminhos da verdadeira libertação e cura interior” para que sejam “artificies da esperança, promotores de uma verdadeira ecologia sustentável, promotora da dignidade das pessoas e da defesa do meio ambiente”.
Em 2024, a renúncia quaresmal da Diocese de Viseu tem várias finalidades: ajudar na construção da Igreja da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Ile, Moçambique; ajudar na construção do “Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá”, na cidade das Neves, em São Tomé e Príncipe; ajudar na reconstrução da Hospedaria destruída pelo incêndio na Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Palaçoulo e ajudar “a dar mais consistência ao ‘Fundo de Emergência da Diocese de Viseu’”.
O responsável impeliu ainda a valorizar “as ações litúrgicas e os atos de piedade popular mais vividos pelo povo de Deus ao longo dos 40 dias de Quaresma”.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início com a celebração de Cinzas (14 de fevereiro, em 2024), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).
“Empenhemo-nos todos pastoralmente na evangelização, na catequese, na liturgia e na caridade, que dão sentido à fé acreditada, celebrada e testemunhada. Imploro a luz de Deus, a força do Espírito Santo e a proteção de Maria, de São José e de São Teotónio para vivermos este tempo de graça como caminho de santidade ao encontro de Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, o único e verdadeiro libertador das nossas vidas”, concluiu.
LJ/OC