Viseu: Bispo evoca Santa Beatriz da Silva como mulher empenhada «na construção da paz» e na «oração pelo fim da guerra»

Convento de clausura local das Irmãs Franciscanas Concepcionistas da Imaculada Conceição acolheu Missa da festa da fundadora da ordem, presidida por D. António Luciano

Viseu, 20 ago 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viseu presidiu este sábado à Eucaristia da Festa de Santa Beatriz da Silva, no convento local das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição, caracterizando a fundadora da ordem como uma mulher dedicada à edificação da paz.

“Santa Beatriz é uma mulher de bem-aventurança, de sinodalidade, empenhada em viver e caminhar em comunidade, na construção da paz, na oração pelo fim da guerra, na comunhão, participação e na missão da Igreja. Santa Beatriz, mulher de esperança e de alegria interior, serve a Deus e a Igreja com a ‘Alegria do Evangelho’”, afirmou D. António Luciano, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

“A recusa formal ao luxo da corte e à vida de riqueza, de prazer e fantasias” foi um aspeto da vida da santa realçado pelo bispo de Viseu, que salienta este como “o momento alto do seu discernimento espiritual”.

“A autêntica bondade é sempre uma obra do amor e da confiança em Deus”, sublinhou.

Segundo o bispo de Viseu, o “encontro de Santa Beatriz com Jesus Cristo através da vida virginal de Maria, do seu Sim e do Magnificat torna-se a raiz do serviço à causa da evangelização”, mencionando que a santa portuguesa “sentiu-se feliz e, conduzida pelas mãos de Maria, descobriu a sua vocação de religiosa e de fundadora”.

“Santa Beatriz mergulhou, através da oração e da contemplação, no mistério de Deus, na Eucaristia e na devoção à Santíssima Virgem Maria, de modo simples e puro, para ser feliz”, assinalou.

Na intervenção, D. António Luciano evidenciou que a fundadora das Irmãs Franciscanas Concepcionistas da Imaculada Conceição “é uma mulher que faz da experiência da provação e do sofrimento um caminho espiritual de comunhão, de silêncio interior e de discernimento para viver na fidelidade a perseverar na vontade de Deus”.

Mulher de um sim generoso, serve a Deus e ao próximo através do seu carisma na oração, na caridade e na contemplação. A oração é um verdadeiro diálogo com Deus. Não se faz só com a cabeça, mas essencialmente com o coração e a alma, guiados pelo Espírito Santo”, acrescentou.

“Disponibilidade interior”, “escuta”, “diálogo”, “recolhimento espiritual”, “clausura assumida na contemplação do mistério de Cristo, escondido”, são todos aspetos associados ao caráter de Santa Beatriz da Silva.

“A autenticidade da vida religiosa é a pedra fundamental para a fidelidade da vocação e realização da verdadeira ‘opção fundamental’. A contemplação produz frutos de santidade no próprio(a) e contagia os outros. Orar é amar e é o melhor apostolado para fazer crescer o Reino de Deus”, frisou o bispo diocesano.

No final da homilia, D. António Luciano lançou o desafio às crianças, adolescentes, jovens, adultos consagrados(as) e às famílias para rezarem pelo “aumento das vocações”.

Que Santa Beatriz toque profundamente a nossa vida de batizados na caminhada sinodal, que estamos a fazer juntos, em Igreja. Só na oração, conversão, zelo pastoral e entusiasmo missionário, acontece a conversão pastoral e a renovação da Igreja nas estruturas e nos corações dos fiéis”.

O bispo de Viseu exortou ainda as irmãs do convento a “rezarem pela paz no mundo, pelo aumento das vocações e pela renovação da Igreja” e da diocese.

“Interceda por nós a Virgem Imaculada, e a sua filha, humilde e predileta, santa Beatriz da Silva, nos guie como estrela em pleno dia, através do testemunho das virtudes da castidade, da pobreza e da obediência, na contemplação do Deus escondido, presente em tudo e em todos”, concluiu.

Beatriz da Silva nasceu numa família nobre, em Campo Maior, Portugal, por volta de 1426, e faleceu com fama de santidade, em 1492, pouco depois de fazer profissão religiosa; foi canonizada a 3 de outubro de 1977, pelo Papa Paulo VI.

LJ/OC

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