Viseu: Bispo defende que eutanásia «não seja uma distração política e legislativa» perante nova crise social e económica

D. António Luciano desafia padres da diocese a serem «cuidadores»

Foto: Diocese de Viseu

Viseu, 19 jun 2020 (Ecclesia) – O bispo de Viseu apelou hoje à “defesa da vida” como prioridade pastoral na diocese e criticou o regresso dos trabalhos parlamentares para a legalização da eutanásia, em tempos de pandemia.

“Que a eutanásia não seja uma distração política e legislativa”, disse D. António Luciano, na homilia da Missa Crismal a que presidiu na Catedral diocesana.

“A defesa da vida deve estar como prioridade na nossa pastoral”, acrescentou, perante os sacerdotes que se reuniram numa celebração que tinha sido adiada, na última Quinta-feira Santa, por causa da crise sanitária provocada pela Covid-19.

O bispo de Viseu disse que compete aos católicos, também, lutar “contra as desigualdades e formas crescentes de pobreza”, que estão a surgir com a pandemia, afetando em particular os idosos.

O responsável católico alertou para as consequências de uma “cultura de morte”, pedindo que todos respondam à atual pandemia com “liberdade e corresponsabilidade”.

Na Solenidade do Coração de Jesus, dia particularmente dedicado aos sacerdotes na tradição católica, D. António Luciano pediu a todos que rezem pelos sacerdotes e que estes tenham sabedoria” para a nova fase que se inicia, após o confinamento.

“Todos os esforços e sacrifícios feitos até este momento, espero que não sejam em vão”, apontou.

A intervenção citou as angústias dos pobres e dos que sofrem, neste momento, “rostos e histórias partilhadas” a que ninguém deve ficar indiferente.

“O nosso mundo precisa de sentir o conforto dos cuidadores”, referiu o bispo de Viseu aos padres da diocese.

O prelado teme que, depois da pandemia de Covid-19 surjam “outras pandemias, como a pobreza e o desemprego”.

Não abandonemos os pobres, partilhemos o pão para que não haja mais fome. Não queremos que entre nós alguém perca a alegria de viver e de servir”.

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, também dia de oração pela santificação dos sacerdotes, foi a data marcada para a renovação das suas promessas, “imprescindíveis para a missão da Igreja”, indicou D. António Luciano.

O responsável alertou para o “mundanismo” de tarefas que não são “ministério sacerdotal nem pastoral”.

Na celebração foram recordados os sacerdotes que assinalam o aniversário da sua ordenação, incluindo um 70.º aniversário, e o médico que morreu esta quinta-feira, de Covid-19 no hospital de São José, em Lisboa.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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