Violência no Darfur atinge níveis alarmantes

A violência no Darfur, no Sudão, está atingir níveis alarmantes. O alerta vem das Nações Unidas que adianta que, nas últimas duas semanas, morreram mais trabalhadores de ajuda humanitária que nos dois últimos anos. Em Julho foram assassinados oito trabalhadores. A falta de segurança pode piorar ainda mais as condições da população local, que depende da ajuda externa e pôr em risco as missões de ajuda às populações. “O acesso (às populações afectadas) se encontra no seu pior nível desde que Darfur começou a receber ajuda humanitária”, afirmou a porta-voz do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária da ONU (OCHA), Elizabeth Byrs. Os veículos das organizações não governamentais tem sido atacados e saqueados. E nem escapam as ambulâncias. O representante especial das nações Unidas para o Sudão, Manuel Da Silva, considerou a situação como “completamente inaceitável”, e pediu aos grupos envolvidos no conflito armado “que respeitem a neutralidade dos trabalhadores humanitários”. Da Silva adiantou ainda que se a situação se mantiver, “corre-se o risco de perder tudo o que se conseguiu nos últimos anos”. Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas, defendeu que no Sudão, em Darfur, será necessária a presença de 18.600 militares para que seja respeitado o acordo de paz assinado recentemente. A missão deverá começar em Janeiro, na condição de o governo sudanês aprovar a iniciativa. Destina-se a proteger os civis, em particular os deslocados. O secretário-geral das Nações Unidas, defendeu que a força militar deverá ser “numerosa, ágil e robusta”. No entanto, mencionou algumas dificuldades que a missão poderá encontrar, como a existência de um terreno duro e a falta de estradas em boas condições. Afirmou que “o envolvimento internacional fará aumentar as hipóteses da paz no Darfur, fortalecerá a credibilidade do processo de paz e a protecção da população sofredora”. Kofi Annan avançou que, caso esta missão não seja aceite, a paz ficará em risco. Explica: “A paz não pode enraizar-se numa parte do país se a outra parte continuar instável e propícia à violência”.

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