Diocese de Lamego procura proximidade a situações de fragilidade, também com pessoas detidas: «Muitas vezes estamos perto mas não estamos próximo»
Lamego, 16 jan 2020 (Ecclesia) – O padre João António Pinheiro Teixeira, da Diocese de Lamego, defendeu uma “maior proximidade pastoral” para combater a violência doméstica, disse que os sacerdotes “são muito procurados para fazer intermediações” e sugeriu a criação de um “ministério da visitação”.
“Deve haver uma maior proximidade. O ministério da visitação tem de ser mais agilizado, estar com; não basta anunciar, não basta sermos uma Igreja da anunciação, temos de ser da visitação, da proximidade. Muitas vezes estamos perto mas não estamos próximo”, afirmou o reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios à Agência ECCLESIA.
A diocese de Lamego elegeu o tema da violência doméstica para uma formação recente destinada ao clero, a agentes de pastoral e de ação social.
O sacerdote defende uma ação “muito concreta”, neste campo.
“A Igreja, nomeadamente, os padres, são muito procurados para fazer intermediações, que não são fáceis. Umas vezes resultam, outras vezes não. Mas são muito estimulantes”, dá conta.
Para o bispo de Lamego, o problema da violência doméstica está relacionado com o que classifica de sociedade “selvagem escondida”.
“Temos de saber isso, mas não ter medo, pelo contrário. Pelo menos aviva a sensibilidade que estes problemas existem. Talvez seja muito importante, os padres ao ouvirem as pessoas, é um ministério, e os desabafos chegam-nos de forma discreta. Mas dá-nos uma ideia do que se passa nesta sociedade”, explica.
D. António Couto mostra preocupação não apenas nos casos de violência doméstica, “quase sempre de raiz familiar”, mas também com as pessoas detidas.
“Pessoas de quem normalmente nos afastamos, temos de nos aproximar mais, muito mais, muito mais. Não apenas os padres e o bispo, têm de ser os leigos, e que vão lá mais vezes. Isso é fundamental”, afirmou.
Para o padre João Teixeira afirma que só haverá paz no mundo quando “houver paz em cada pessoa”.
“Se queremos que o mundo seja uma família temos de criar na família relações amistosas, pacificas, relações humanas, substantivamente, pacíficas”, afirma.
HM/LS