Bispo diocesano pediu para acender uma vela na noite pascal e para tocarem os sinos das igrejas ao meio dia do Domingo de Páscoa
Vila Real, 01 abr 2020 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real afirmou hoje que a Páscoa deste ano vai ser uma festa com “menos sinais exteriores e públicos”, mas com “mais intensidade espiritual”, e sinal de uma “passagem” para “algo novo” com “contornos” ainda desconhecidos.
A celebração da Páscoa neste condicionalismo que ainda perdura inviabilizará a realização de algumas tradições próprias desta época. Será, por isso, uma festa com menos sinais exteriores e públicos, mas poderá (deverá) ser vivida com mais intensidade espiritual, em clima mais interior e familiar”, afirmou D. António Augusto Azevedo.
“Formulo o meu voto de que esta Páscoa seja verdadeira “passagem” para algo de novo que Deus nos quer dar, porventura para um tempo novo cujos contornos ainda não percebemos”, acrescentou o bispo de Vila Real numa mensagem enviada à diocese.
No documento, D. António Augusto Azevedo disse que a diocese está a “preparar e vai distribuir alguns materiais de apoio” para a vivência da Páscoa e convidou “todas as famílias a colocarem velas acesas à janela das suas casas na noite pascal e as igrejas a tocarem os sinos ao meio-dia do domingo de Páscoa”.
Na Mensagem da Páscoa hoje divulgada, o bispo de Vila Real lembrou a “gravidade da epidemia que assola o país e o mundo” que motiva “medidas excecionais” de “permanência em casa e à suspensão da atividade normal das comunidades cristãs”, manifestando a “proximidade de Pastor a todos os diocesanos”.
“A minha preocupação maior, de que faço oração constante, centra-se nos doentes, nos idosos, nos profissionais de saúde e em todos os cuidadores nos hospitais, nas instituições ou em casa”, afirma.
Num documento intitulado “Páscoa, anúncio de vida em tempos de sofrimento”, o bispo de Vila Real lembrou que a vivência da Quaresma foi “muito afetada” por “circunstâncias difíceis”, com um jejum formado de forçado do momentos que se valorizam como “como da presença e do convívio de familiares e amigos, de projetos e ritmos de trabalho, do ar livre e de algumas formas de lazer”.
“Sentimos, porventura pela primeira vez na vida, o significado da privação do acesso a esses tesouros que são os sacramentos da eucaristia e da reconciliação, bem como da participação na vida normal da comunidade cristã”, disse D. António Augusto.
Para o bispo de Vila Real, o “tempo de deserto espiritual” é uma oportunidade para valorizar a “oração pessoal e familiar, a leitura da Sagrada Escritura, e ajudado assim a reforçar a consciência da família como primeira comunidade cristã, verdadeira Igreja doméstica”.
“Depois de uma quaresma atípica ousemos experimentar uma vivência pascal diferente e especial. Uma Páscoa que signifique uma verdadeira passagem para uma vida cristã mais pascal, para uma fé mais batismal, viva, forte, corajosa e livre. Uma festa que seja autêntica proclamação da vida que vence a morte, da vida que tem sentido quando é dada por amor até ao fim, como a de Jesus, porque só essa tem horizontes de esperança”, sublinhou.
D. António Augusto desafia os diocesanos a “viver o tempo pascal juntos”, refazendo a vida de cada um, “repensando valores e prioridades, num processo iluminado pela fé” e reforçando “os laços que unem casais e famílias”.
“Vamos necessitar ainda de reativar a vida das nossas comunidades e de ser mais criativos, inventando novos modos de fazer pastoral. Tudo isto sem esquecer a primazia da caridade que não permite deixar para trás os doentes, os pobres, os mais frágeis ou sós, porque vão precisar de muito apoio”, conclui o bispo de Vila Real.
PR