Vila Real despediu-se de D. Joaquim Gonçalves

Bispo emérito, falecido aos 77 anos, foi recordado como homem «pobre e austero» que se dedicou à comunidade transmontana

Vila Real, 02 jan 2014 (Ecclesia) – D. Joaquim Gonçalves, bispo emérito de Vila Real, foi hoje sepultado no jazigo da diocese, no Cemitério de Santa Iria, após um funeral presidido pelo seu sucessor, na Sé local.

“D. Joaquim (Gonçalves) viveu pobre e austero; o que exigia dos outros começava por o exigir de si próprio, dando o exemplo. Sofreu muitos dissabores, mas nunca perdeu a esperança em Deus nem deixou de acreditar na melhoria das pessoas”, referiu D. Amândio Tomás, na homilia da celebração.

O funeral contou com a participação de membros do episcopado português, do clero diocesano, autarcas e centenas de fiéis.

“D. Joaquim (Gonçalves) deixa-nos um legado de fidelidade, de empenho cristão e sacerdotal; pede-nos coerência, convicções, abertura à Palavra de Deus e compromisso na evangelização”, disse o bispo de Vila Real.

D. Amândio Tomás evocou o seu predecessor como alguém que “recusou sempre a nivelar por baixo, para convidar sempre a subir a montanha e a trilhar o caminho alto e árduo da ascese, do empenho, do trabalho e do desprendimento”.

D. Joaquim Gonçalves morreu no último dia 31 de dezembro, aos 77 anos de idade, na Póvoa de Varzim, onde residia com o seu irmão padre e uma irmã, enfermeira aposentada, vítima de ataque cardíaco.

“Os montes seduziam-no, as alturas deslumbravam-no”, disse D. Amândio Tomás.

O bispo de Vila Real recordou que o falecido prelado foi autor de textos poéticos como ‘A Noiva do Marão’ – musicado para uma cantata – ou ‘A Travessia’ – poema transmontano, publicado em livro e em CD.

Para D. Amândio Tomás, o seu predecessor viveu “sonhando e desejando ardentemente a perfeição, a plenitude da vida em Deus e a evangelização da diocese que tanto amava e à qual se dedicou de alma e coração”.

D. Joaquim Gonçalves nasceu em Cortegaça, Concelho de Fafe, a 17 de maio de 1936; foi substituído por D. Amândio Tomás, seu coadjutor, a 17 de maio de 2011, cerca de três anos depois de ter sido submetido a um transplante cardíaco, em Coimbra.

O falecido prelado esteve à frente da diocese transmontana entre janeiro de 1991 e maio de 2011, depois de ter sido bispo auxiliar de Braga entre 1981 e 1987, quando João Paulo II o nomeou coadjutor de Vila Real.

D. Joaquim Gonçalves disse em 2011 que deixava o cargo com a consciência de deixar “obra para durar” e com a satisfação de Vila Real ter pela primeira vez um bispo natural da diocese.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Joaquim Gonçalves considerava então que os seus 20 anos à frente da diocese contribuíram para a “instituição de algumas balizas que dinamizaram a vida pastoral” da Igreja Católica em Vila Real.

RR/OC

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