Bispo diocesano recordou processo sinodal da Igreja, caminho de «construção do futuro, dando passos no sentido de uma Igreja mais viva, participativa, fraterna e próxima»
Vila Real, 17 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real convidou os padres a “não ceder ao mundanismo nem ao clericalismo” para que o sacerdócio não fique reduzido aos “critérios do mundo” mas pediu também que não se refugiem em “modelos fechados e anacrónicos”.
“Num contexto como o atual, de grande exigência e desgaste para os sacerdotes, é essencial a ajuda desta força do alto. Conscientes da presença do Espírito, cultivemos uma espiritualidade mais profunda. Precisamos de ter tempo para rezar, para meditar a palavra de Deus no silêncio, de ter tempo para ajoelhar e adorar o nosso Deus que nunca desampara aqueles que chamou. Só plantada junto da água corrente e refrescante do Espírito a árvore do nosso ministério poderá dar sempre novos frutos e resistir a toda a erosão”, indicou D. António Augusto Azevedo, na homilia da Missa Crismal que decorreu na Sé.
“Num mundo profundamente carenciado de esperança autêntica (que não se pode confundir com utopia ou ilusão) a fé em Cristo morto e ressuscitado pode ressurgir como grande baluarte da esperança. É momento de proclamar que todo o que pôe n’Ele a sua esperança não será confundido nem desiludido. Somos testemunhas desta esperança que o Espírito suscita em nós”, acrescentou.
O responsável lembrou o processo sinodal, “que tem envolvido a Igreja em comunhão com o Papa Francisco” e indicou-o como “um tempo de mudança e atualização” que, sublinhou, “a todos deve mobilizar e entusiasmar”.
“Estamos a construir o futuro, dando passos no sentido de uma Igreja mais viva, participativa, fraterna e próxima”, assinalou.
Aos padres presentes na celebração, convidados a renovar as promessas da rdenação sacerdotal, D. António Augusto Azevedo lembrou a “beleza desse momento inicial de unção e envio”, com “sonhos e ilusões”.
“É sobretudo ocasião para reafirmarmos a nossa disponibilidade para continuarmos a servir a Deus e ao seu povo com a mesma paixão e com a certeza confiante de que o seu Espírito sempre nos acompanha e dá novo alento para o caminho”, centrou.
A partir da “força do Espírito”, os padres podem “repartir com a comunidade o pão da eucaristia”, “levar o perdão aos penitentes, o conforto aos doentes, abençoar o amor matrimonial”.
O responsável pediu ainda a “virtude da paciência” necessária para que “pessoas e comunidades cresçam, projetos e iniciativas amadureçam”.
“Importa não se deixar arrastar por ritmos de vida acelerados ou pela vertigem comunicacional que distrai do essencial, gera ansiedades e insatisfações e sobretudo, desgasta energias e desmobiliza do que tem valor. A paciência cristã não é resignação nem estoicismo mas coragem de acreditar que o futuro começa a germinar agora”, indicou.
LS