Vila Real: Bispo reza pela paz «com a consciência de que só ela abrirá caminhos de esperança num futuro melhor»

D. António Augusto Azevedo pede que ações concretas presentes na mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2025 «sejam atendidas pelos poderosos do mundo»

Foto: António Carvalho

Vila Real, 03 jan 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real evocou, na Missa a que presidiu no primeiro dia do ano, na diocese, os conflitos em várias geografias do mundo, exortando a rezar pela paz.

Na homilia, partilhada no site da Diocese de Vila Real, D. António Augusto Azevedo refere que os homens e mulheres partilham o anseio comum de “que os conflitos que grassam (e desgraçam) em várias partes do mundo, desde a Ucrânia, ao Médio Oriente, a várias zonas de África, cheguem ao seu fim e se encontrem soluções de paz justa e duradoura”.

“Neste Dia Mundial da Paz rezamos pela paz com a consciência de que só ela abrirá caminhos de esperança num futuro melhor para as famílias, para os povos e sobretudo para as novas gerações”, afirmou na Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.

O bispo diocesano convidou a dar graças a Deus porque permitiu a cada um chegar até 1 de janeiro e iniciar “um ano especial”, um “ano jubilar”.

Lembrando a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, D. António Augusto Azevedo destaca que um aspeto essencial da mudança cultural, que Francisco apela, é “o sentido da gratidão”.

“A perda ou esquecimento do sentido de gratidão pode induzir uma série de desequilíbrios: o desrespeito pela vida, pelo outro, pelo planeta, a prevalência do mais forte sobre o mais fraco e as injustiças que daí podem advir”, salientou.

Segundo o bispo diocesano, “uma mudança cultural que favoreça uma sociedade mais justa e pacífica supõe aprofundar a consciência” de que cada um é devedor.

“Além das dívidas que afligem tantas famílias e países, existe esta dívida existencial: somos devedores a muitas pessoas e a Deus; temos razões para lhes estar gratos”, referiu.

Para D. António Augusto Azevedo, esta “mudança é condição prévia para promover a pedagogia da paz e fomentar uma maior responsabilidade social”, realçando que “de outra forma crescerá o individualismo, não haverá limite para a satisfação de necessidades e direitos, desligados do sentido dos deveres”.

O bispo diocesano defende que “sem sentido de gratidão e de responsabilidade social, poderão crescer radicalismos, fraturas sociais e várias formas de prepotência e violência”.

Iniciamos o novo ano a rezar pela paz. Unidos a todos os crentes, pedimos a Deus que «nos perdoe as nossas culpas» e que «nos conceda a sua paz». Uma oração que repetimos diariamente, despertando assim as nossas consciências para que não fiquem indiferentes perante os dramas das guerras e não adormeçam, pensando que a paz que aqui usufruímos é um bem definitivo. A paz é um valor precioso, mas frágil”, afirmou.

Na homilia do Dia Mundial da Paz 2025, D. António Augusto Azevedo realçou que “rezar pela paz comporta, por isso, um forte compromisso em promover uma cultura de diálogo e encontro, uma cultura que se empenha em conhecer e respeitar a diversidade de pessoas e tradições”.

“A cultura do diálogo faz germinar a paz nos corações, nas famílias e nas sociedades. Ela sustenta a convicção de que vale a pena ter esperança”, enfatizou.

“Pelo contrário, quem semeia a violência e promove a guerra é responsável pelo imenso rasto de sofrimento e pela morte de muitos sonhos e projetos de futuro”, advertiu o bispo.

Lembrando as ações concretas que o Papa faz referência na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2025, como o perdão das dívidas, a promoção da vida e o fim da pena de morte e a utilização dos meios económicos gastos em armamento para acabar com a fome e investir na educação, D. António Augusto pediu que “estas sejam atendidas pelos poderosos do mundo”.

“Mas sirvam também de inspiração para as decisões de cada pessoa para o novo ano. Ser sinal e instrumento de paz é uma das decisões mais belas e frutuosas que poderemos tomar”, assinalou.

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.

LJ

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Agência ECCLESIA

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