Vila Real: Bispo ordenou dois sacerdotes, sublinhando papel dos padres num mundo «carente» de profecia e de esperança

D. António Augusto Azevedo destacou necessidade de «renovação» do ministério, «segundo um estilo mais sinodal»

Vila Real, 08 jul 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real presidiu este domingo à ordenação sacerdotal de Cristiano Oliveira e de Daniel Palma, na Sé diocesano, sublinhando o papel dos padres num mundo onde é “necessário que alguém fale de Deus”.

“Pela sua ação, pelo seu testemunho e forma de viver, o Padre é profeta para o mundo de hoje. Este é um tempo carente de profecia e de esperança. Não pode ser um tempo de resignação, de cedência ao cinismo ou de trincheiras. Aos padres pede-se coragem profética, ousadia criativa, perseverança (resiliência) no anúncio da esperança que vem de Deus”, disse D. António Augusto Azevedo, numa homilia publicada pela Diocese de Vila Real.

A Igreja diocesana viveu “um dia de profunda alegria” com a ordenação sacerdotal de Cristiano Oliveira, de 26 anos, da aldeia de Covelo do Gerês, no concelho de Montalegre, e de Daniel Palma, com 29 anos, natural de Nogueira, no concelho de Vila Real.

“Esperamos que sejam servidores dedicados desta igreja diocesana, anunciadores e testemunhas alegres do evangelho de Jesus Cristo e pastores fiéis do povo de Deus que lhes será confiado”, referiu o bispo de Vila Real.

D- António Augusto Azevedo assinalou que as promessas feitas no dia da ordenação, “nomeadamente a obediência e cooperação com o Bispo, a consagração da sua vida a Deus pela salvação dos homens, a somar à do celibato”, feita na ordenação diaconal, são expressões do caráter profético da vida sacerdotal.

A partir da leitura do Evangelho deste domingo, o responsável católico explicou que a “missão bela e atraente” do sacerdócio se confronta, “tantas vezes”, com uma realidade com “traços semelhantes àqueles que Jesus experimentou em Nazaré”, e alertou para a atual cultura mediática, que “também é propensa a sobrevalorizar as opiniões e a negligenciar a verdade”.

O bispo de Vila Real identificou “algumas das dificuldades” que, em geral, afetam os presbíteros, associadas a uma “sobrecarga de trabalho pastoral”, geradora de cansaço, a situações de algum isolamento e solidão, “bem como a carências mais espirituais”, mas também meios que ajudarão a “superar as fragilidades humanas”, e realçou que “não é aconselhável nem prudente é fechar-se sobre si próprio, remeter-se a uma autorreferencialidade estéril, esconder ou negar as dificuldades”.

As mudanças sociais e culturais das últimas décadas, o crescente envelhecimento da população e desertificação de alguns territórios, sobretudo na nossa região, impõem algumas adaptações na organização eclesial. Ela é urgente, dada a carência de vocações sacerdotais. São desafios novos que exigem respostas ousadas e criativas, e que terão implicações várias, nomeadamente no diz respeito à vida e missão dos sacerdotes”.

Segundo D. António Augusto Azevedo, um dos aspetos “mais importantes” é o da renovação do ministério do Padre “segundo um estilo mais sinodal”, em sintonia com a mais recente reflexão da Igreja, e explicou, na homilia, que o exercício deste ministério implicará, “cada vez mais, a capacidade de trabalhar em conjunto, seja com o restante presbitério, seja com os leigos”.

CB/OC

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