«A Igreja não é de padres e de bispos, é de todos», lembrou D. Amândio Tomás
Vila Real, 16 ago 2017 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real celebrou 50 anos de ordenação sacerdotal com as suas comunidades, na Sé local, e destacou a importância de uma Igreja Católica e de uma diocese cada vez mais unida e corresponsável.
“A Igreja não é de padres e de bispos, é de todos. E a Igreja em que todos tomam as suas responsabilidades, as assumem, e com coragem, alegria e desassombro, proclamam o Evangelho de Jesus Cristo em toda a parte”, salientou D. Amândio Tomás, em declarações à Agência ECCLESIA no final da celebração, que teve lugar esta terça-feira, ao final da tarde.
O prelado espera que a comemoração deste jubileu, destas bodas de ouro sacerdotais, sirvam como exemplo de fidelidade e de persistência para os mais novos, para os jovens da região, para que eles possam “ser úteis à modificação deste mundo”, quer ao serviço da Igreja Católica quer em qualquer outra missão, integrada na sociedade.
“O mundo será diferente se nós formos diferentes, e os jovens são a esperança do futuro, o mundo de amanhã é o mundo deles, e eles devem colaborar, trabalhar, para que esse mundo seja diferente do mundo tantas vezes corrupto, tantas vezes ao contrário da vontade de Deus em que vivemos”, assumiu.
No próximo ano pastoral, a Diocese de Vila Real vai dedicar o seu programa precisamente aos mais novos, tendo também no horizonte o Sínodo dos Bispos que vai ter lugar em outubro de 2018 em Roma, e que o Papa Francisco dedicou aos jovens.
“Os jovens devem ser elementos ativos, corresponsáveis, devem tomar consciência, ter fé e dizer aquilo que entendem para a sociedade de amanhã”, apontou o prelado.
No âmbito do Sínodo, o Vaticano já colocou à disposição um questionário através do qual os mais novos podem propor “sugestões, ideias para serem implementadas e discutidas durante esta assembleia sinodal”, recordou ainda D. Amândio Tomás.
Natural da localidade de Cimo de Vila da Castanheira (Chaves), na Diocese de Vila Real, onde nasceu a 23 de abril de1943, D. Amândio Tomás é o mais velho de cinco irmãos; entre 1955 e 1967, estudou Humanidades, Filosofia e Teologia, no seminário diocesano em Vila Real.
Depois da sua ordenação sacerdotal, a 15 de agosto de 1967, o na altura padre Amândio Tomás foi para Roma estudar Teologia Dogmática, na Universidade Pontifícia Gregoriana.
Depois disso regressaria ainda a Portugal, depois novamente a Roma, até se fixar no seu país para desempenhar funções em várias dioceses.
“Foram 50 anos ricos de acontecimentos, porque tive uma vida muito diferenciada, vivi 27 anos em Roma, 6 no Alentejo, 5 no Porto, 1 em Lamego, uma vida um pouco de caixeiro-viajante. E agora assentei arraiais, desde 2008 que estou em Vila Real, primeiro como bispo coadjutor e depois em 2011, como bispo titular”, recordou.
Na homilia da celebração na Sé de Vila Real, com que esta terça-feira assinalou 50 anos de sacerdócio, D. Amândio Tomás agradeceu a todos quantos, ao longo do seu percurso, “foram testemunho de acolhimento e fidelidade aos projetos de Deus”.
“Nunca, nunca me arrependi de ser padre, de servir a Deus e de servir a Igreja e quero dar a vida por Cristo, se necessário for”, afirmou.
O bispo pediu ainda às comunidades para que não tenham medo, sobretudo as novas gerações, de se colocarem ao serviço de Cristo.
“Precisamos de sacerdotes. De mais e santos sacerdotes, de agentes pastorais e famílias que o sejam de verdade e de fiéis comprometidos. Cristo conta connosco”, disse D. Amândio Tomás.
As comemorações dos 50 anos de sacerdócio do bispo de Vila Real contaram com a presença do núncio apostólico (representante diplomático) da Santa Sé em Portugal, D. Rino Passigato.
CB/JCP