Vila Real: Bispo alerta para efeitos da crise na família e na sociedade

D. Amândio Tomás convida a «assumir valores» que são «estruturantes»

Vila Real, 19 nov 2014 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real alertou para a  ‘A Crise da Família e a Crise de Valores na Sociedade Atual’, num texto em que sustenta que mais do que ver a situação como  mal impeditivo” se deve “reagir”.

“A crise pode ajudar mas há que assumir valores, agir e apontar, na justa direção, para eles se alicerçarem e melhorarmos”, escreveu D. Amândio Tomás, que considera que a sociedade precisa de “valores estruturantes, humanos e cristãos”.

A intervenção abre o mais recente número do boletim ‘Igreja Diocesana”, publicado na página da Diocese de Vila Real na internet.

O bispo diocesano recorda que uma sociedade se “compõe de famílias” que “devem crescer” no amor, na verdade, na justiça, na liberdade, solidariedade e apreço do bem comum.

“O Estado é mais interventivo em relação às crianças” e a família abdica do que é seu, comenta o prelado para quem os laços entre família, Estado e sociedade “não foram completamente cortados” e a família não perdeu o seu caráter “institucional primordial e natural”.

A Diocese de Vila Real vai dedicar os próximos três anos à valorização da família e ao matrimónio e o prelado quer refletir nos arciprestados, paróquias, movimentos, cursos de preparação do matrimónio e ajuda a casais, o que a Igreja ensina no Catecismo da Igreja Católica (2196-2257) e na “Promoção da Dignidade do Matrimónio e da Família”, da Constituição “Gaudium et Spes” (GS).

“Ao abordar as questões fraturantes há que apostar na beleza do matrimónio cristão e na ligação à Eucaristia que faz a Igreja”, escreveu o prelado diocesano, destacando a importância destes dois sacramentos para a atualidade.

Nesse sentido, D. Amândio Tomás explica que a “infidelidade da família perverte” a sociedade que “dela nasce e dela vive” e considera que a sociedade contaminada pela crise da família “precisa de discernimento, esperança e sentido”, uma vez que necessita de “amor, valores, solidariedade e de Deus”.

Por outro lado, a crise de valores, “transversal” à sociedade, “também se reflete” na família como Igreja doméstica, constituída por marido e mulher, com os filhos, avós e netos.

Hoje, segundo o bispo, família e sociedade “vivem o eclipse de Deus”, o desconhecimento e desinteresse pela “grandeza da experiência do dom”, do sacrifício e do amor porque falta o diálogo com Deus através da oração e o diálogo entre os casais.

Dessa forma, a família ressente-se do modo como “vive e se organiza” tendo-se fechado à vida e à gratuidade, “à dádiva e ao sacrifício” onde não se procura o bem comum e do outro mas é um “amontoado de vontades contrapostas”.

“Formar comunidade de pessoas”, recorda D. Amândio Tomás no boletim diocesano, é a finalidade da família e da sociedade que “precisam de valores” onde o matrimónio é “uma íntima comunidade de vida e de amor conjugal”.

CB/OC

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