Vila Real: Bispo adverte para «ritualismo balofo de desobriga»

D. Amândio Tomás pede que se explique significado da indulgência e destaque aos sacramentos

Vila Real, 26 out 2015 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real numa carta à diocese sobre a “verdade e amor na família” no Ano da Misericórdia incentivou os sacerdotes a contrariarem o “mero ritualismo balofo de desobriga e falta de empenho” que a sociedade vive.

“Hoje vivemos sem conversão e mudança de vida, sem fé e convicções, com palavras, nos lábios, e o coração longe de Deus, num mero ritualismo balofo de desobriga e falta de empenho”, analisa D. Amândio Tomás.

Na carta aos diocesanos – padres, religiosos e leigos – no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia destaca que é preciso “explicar e recordar” aos fiéis as condições para obter a Indulgência e “dizer o que é a indulgência”.

“Diga-se aos fiéis que para lucrar a Indulgência é preciso estar em estado de graça, ter intenção de a adquirir, contrição e excluir o apego ao pecado. A Indulgência visa a pena temporal do pecado perdoado”, escreveu.

O bispo de Vila Real afirmou que a Igreja é sacramento universal de “salvação e instrumento da misericórdia de Deus não mera agência de bem-fazer e serviços, mas repositório e arauto da misericórdia de Deus e chave do evangelho”.

D. Amândio Tomás considera que o “temor de Deus, a penitência e o sacramento da reconciliação foram esquecidos”.

“Comunga-se, mas poucos se confessam. Estas atitudes banalizam a Eucaristia. A rotina, leviandade e falta de adoração são claras”, observa, pedindo aos sacerdotes que deem o exemplo “ao lidar com a Eucaristia e os sacramentos”.

“O silêncio, a adoração, a ação de graças são importantes. A Presença Real Eucarística é banalizada, profanada e não adorada. E o Sacramento da Penitência, a segunda tábua de salvação e fonte de alegria e misericórdia, é esquecido e ridicularizado”, desenvolveu o bispo de Vila Real.

Aos confessores exorta a “confessarem os seus pecados” e a serem canais de graça, pedindo disponibilidade especialmente no tempo do Advento e da Quaresma: “É triste ver quem procure um confessor e não haja quem o atenda.”

Desta forma, o prelado pede que no Ano Santo se “assegure a todos o perdão, a clemência e a misericórdia de Deus”, entre 8 de dezembro, nos 50 anos da Conclusão do Concílio Vaticano II, e 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei.

“Há que evangelizar, apostar na adoração da Eucaristia, no antídoto ao pecado que é a Confissão frequente, na oração, na conversão, no empenho pessoal e comunitário e na catequese, não só dos adolescentes, mas sobretudo dos adultos e dos pais que, no Matrimónio, são instrumentos e testemunhas do infinito amor e da verdade de Deus, sendo fiéis um ao outro e cumprindo os seus deveres de pais”, adiantou D. Amândio Tomás.

O bispo diocesano recordou uma passagem da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 4, 29-32) e apelou que se “evite a murmuração e a calúnia e tudo o que divide” porque vivendo “na humildade, na verdade e na caridade” vão ajudar o crescimento eclesial e familiar.

Na missiva, D. Amândio Tomás assinala que “fiéis” ao plano pastoral a diocese vai continuar a apostar na família: “Em preparar jovens, para o matrimónio, e no apoio a casais, para que as famílias sejam escola de valores, berço e forja de corresponsabilidade, diálogo e misericórdia.”

CB

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top