Vigília Pascal: «A vida e o amor são as palavras finais da história», afirma arcebispo de Évora

D. Francisco Senra Coelho convidou diocesanos a deixarem-se surpreender pelo anúncio pascal e a contemplá-lo “como se fosse a primeira vez”

Évora, 30 mar 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu este sábado à Vigília Pascal, na Sé diocesana, e afirmou que “vale sempre dar a vida e amar sempre, porque a vida e o amor são as palavras finais da história”.

“A fé é pascal, ou seja, propõe-nos a inteira unificação de todas as dimensões da vida. A nossa meta, desde agora, é a plenitude da vida, a vida eterna, de modo que, desde o Batismo nos é proposto viver como homens e mulheres ressuscitados. Para os Cristãos a morte, todas as mortes e renúncias ou sacrifícios de vida, valem pela força do Amor que venceu a morte”, disse D. Francisco Senra Coelho.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o arcebispo destacou que todos são frutos da Páscoa, porque foram “mergulhados nas águas do batismo”, estão “confirmados pelo dom espiritual mais sublime” e têm “acesso a todos os demais Sacramentos”, principalmente porque são alimentados pela Eucaristia, “a presença viva do Ressuscitado”.

“Por isso, celebramos o núcleo da nossa fé: Cristo vive; e quer-nos vivos! Nele se fazem novas todas as coisas: a luz, a água, o pão, o vinho, a mesa compartilhada, a alegria renovada e a esperança presente em todos os corações”, indicou.

Para o arcebispo de Évora, “a experiência pascal é uma experiência comunitária, nunca uma experiência apenas individual”.

“O anúncio pascal faz de nós Igreja em saída, que mostra o rosto novo de uma mãe com o coração aberto para todos. O ‘nós’ sinodal impele-nos a festejar a fé a partir da comunicação do ‘nós’ eclesial”

Na celebração, D. Francisco Senra Coelho fez referência ao Sínodo dos Bispos e à Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ) 2023.

“Esta espiritualidade do ‘nós’ remete-nos para a caminhada sinodal em curso na Igreja Católica e para a dinâmica pós-JMJ com os nossos jovens. É com esta alegria que na perene juventude do Cristo Ressuscitado, caminhamos na Páscoa, pois ‘Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura; as coisas antigas passaram tudo foi renovado’ (2Cor 5, 17)”, referiu.

No início da homilia, o arcebispo de Évora assinalou que “a morte foi vencida” e que hoje “começa uma nova criação”.

“Hoje, recebemos um novo sopro de vida, a ressurreição de Jesus Cristo é sempre dita no presente, é sempre atual, ultrapassa as limitações do espaço e do tempo, é meta-histórica, enche a História Universal de um novo significado, uma experiência pascal que designamos de salvação (eterna)”, salientou.

Segundo D. Francisco Senra Coelho, o mistério de salvação possui “uma ligação umbilical com o acontecimento pascal” e esta constatação “precisa de ser recordada com frequência, geração após geração”, para não se fazer do cristianismo “somente uma ideia filosófica”.

“O mistério pascal é a base e a coroa da nossa salvação, é nele que nos refazemos interiormente, renascendo na nossa liberdade interior, pois o Seu Amor por cada um de nós é sem limites. Importa que nos deixemos surpreender pelo anúncio pascal. Contemplemo-lo como se fosse a primeira vez”, desejou.

LJ

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Agência ECCLESIA

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