Papa incentiva à «cultura do acolhimento», em acolher «todas as pessoas» que precisam
Cidade do Vaticano, 29 ago 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco pede que se pare de “tornar invisíveis” as pessoas que estão à margem da sociedade, “seja por motivos de pobreza, dependência, doença mental ou deficiência”, na intenção de oração do mês de setembro, publicada hoje online.
“Rezemos para que as pessoas que vivem à margem da sociedade, em condições de vida desumanas, não sejam esquecidas pelas instituições e jamais sejam consideradas descartáveis”, pede Francisco, numa nova edição do ‘Vídeo do Papa’, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
O Papa começa por assinalar que uma pessoa em situação de sem-abrigo “que morre na rua nunca vai aparecer na primeira página dos navegadores da Internet ou dos noticiários”, e pergunta como é se chegou “a este nível de indiferença”.
“Como é que deixamos que a ‘cultura do descarte’, na qual milhões de homens e mulheres não valem nada em relação aos benefícios económicos, domine as nossas vidas, as nossas cidades, o nosso modo de vida?”, acrescentou, observando que vai “endurecer o pescoço de tanto olhar para o outro lado para não ver esta situação”.
Neste sentido, Francisco pede, “por favor”, que se pare de “tornar invisíveis” as pessoas que “estão à margem da sociedade”, “seja por motivos de pobreza, dependência, doença mental ou deficiência”.
“Concentremo-nos no acolhimento, acolher todas as pessoas que precisam”, aponta o Papa, apontando para a ‘cultura do acolhimento’, de receber, de dar um teto, de dar um abrigo, de dar amor, de dar calor humano.
A Rede Mundial de Oração do Papa explica que é aos “esquecidos pela Comunicação Social”, que o ‘Vídeo do Papa’ de setembro quer dar voz, explicando que as imagens apresentam pessoas sem-abrigo – “sozinhas ou em pequenos grupos, às vezes quase pisadas pelos transeuntes – nos passeios do Canadá, Estados Unidos, Quénia, Camarões e Índia”, crianças de rua que passam os dias a lavar os vidros dos automóveis nos semáforos de São Salvador.
O vídeo com a intenção de oração do Papa apresenta também pessoas portadoras de deficiência na Espanha, Filipinas ou na América Central, e ainda barracas junto dos arranha-céus de Vancouver (Canadá), de edifícios de Buenos Aires (Argentina) ou do Rio de Janeiro (Brasil).
A Rede Mundial de Oração do Papa destaca que, segundo as Nações Unidas (ONU), “mais de 700 milhões de pessoas, 10% da população mundial”, vivem em situação de pobreza extrema, com dificuldade nas necessidades mais básicas, como “a saúde, a educação e o acesso a água e saneamento”, que “cerca de 1.600 milhões de pessoas vivem em condições precárias de habitação”, e os países mais industrializados não constituem uma exceção.
O diretor internacional da rede, padre Frédéric Fornos (Jesuíta) destaca que o Papa convida a “olhar a pobreza e a exclusão com uma perspetiva diferente”, que implica a oração, que “transforma o coração, muda o olhar e abre aos outros, em particular aos mais vulneráveis”.
“O Papa Francisco conhece o poder educativo da oração e convida-nos, por meio dele, a desenvolver uma cultura do acolhimento; damos a palavra aos descartados, se reconhecemos a dignidade indelével daqueles que foram crucificados por uma economia sem piedade, pela prepotência ou pela indiferença”, desenvolve o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, o o cardeal Michael Czerny.
CB