«Ou somos irmãos, ou todos perdemos», alerta o Papa que apela a escolher o «caminho da fraternidade»
Cidade do Vaticano, 04 jan 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco convida a rezar em janeiro por quem sofre “discriminação e perseguição religiosa”, num vídeo divulgado hoje, com a sua intenção mensal de oração, apelando à fraternidade.
“Rezemos para que as pessoas que sofrem discriminação e perseguição religiosa encontrem nas sociedades que vivem o reconhecimento e a dignidade que nasce de ser irmãos e irmãs”, pede Francisco, no primeiro ‘Vídeo do Papa’ de 2022, enviado à Agência ECCLESIA pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
No vídeo com a intenção de oração para o mês de janeiro, o Papa começa a questionar como é possível que hoje “muitas minorias religiosas sofram discriminação ou perseguição”.
“Como permitimos que nesta sociedade altamente civilizada existam pessoas que são perseguidas simplesmente por professar publicamente sua fé?”, pergunta ainda.
“Isso não só é inaceitável, é desumano, é uma loucura”, acrescenta o Papa.
Francisco explica que a liberdade religiosa “não se limita à liberdade de culto”, a que se possa participar num culto “no dia prescrito pelos seus livros sagrados”, mas faz valorizar os outros nas suas diferenças e “reconhecê-los como verdadeiros irmãos”.
O Papa pede que uma pequena diferença, “ou uma diferença substancial como a religiosa”, não obscureça a grande unidade de ser irmãos.
“Vamos escolher o caminho da fraternidade. Porque ou somos irmãos, ou todos perdemos”, alerta Francisco no final do vídeo com a intenção de oração para o mês de janeiro.
No final de 2021, num balanço do ano, o presidente da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) realçou que a necessidade de “defender o direito à liberdade religiosa”, alertando que o terrorismo e a violência impedem “a Igreja de realizar o seu trabalho pastoral e social”.
Thomas Heine-Geldern, em declarações enviadas à Agência ECCLESIA, indicou que a situação “continua a ser bastante dramática” nos países da região Africana do Sahel, em Moçambique, Nigéria, no Iraque, Síria, Líbano, e na Índia.
A fundação pontifícia AIS no ‘Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo’, publicado em abril de 2021, contabiliza que a liberdade religiosa “é violada num terço dos países do mundo, onde vivem cerca de 5,2 bilhões de pessoas”, e que mais de 646 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade religiosa não é respeitada.
Todos os meses é divulgada uma intenção de oração do Papa; ao longo de 2022, Francisco vai rezar, por exemplo, pela resposta cristã aos desafios da bioética, pelos profissionais de saúde, pela fé dos jovens, pelos pequenos e médios empreendedores, a abolição da pena de morte, e pelas crianças que sofrem.
CB/PR