Nos 50 anos da ereção canónica da Província Portuguesa dos Dehonianos
Amadora, 27 dez 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje à ordenação de dois novos diáconos da Província portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) no oratório do Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide.
“São dois diáconos que representam o sacramento da Ordem que mais reforça a dimensão do serviço e da atenção aos pobres e que leva a Igreja toda e a comunidade cristã a estarem particularmente atentas às fronteiras de maior necessidade”, disse D. Manuel Clemente à Agência ECCLESIA.
O cardeal-patriarca de Lisboa que presidiu à ordenação de dois novos diáconos Dehonianos recordou, nesse contexto, que o fundador da congregação religiosa, o padre Leão Dehon (1843-1925), era um homem “particularmente atento” à Dimensão Social do Evangelho, “um dos grandes protagonistas” da chamada Doutrina Social da Igreja.
O diácono Jorge Manuel Gonçalves, da Diocese de Vila Real, explicou que foi levado para os Sacerdotes do Coração de Jesus “um pouco por arrastão” pelo padre Manuel Francisco Costa que levava jovens para conhecerem o seminário e para fazerem discernimento vocacional.
“Fui mais por aquilo que ouvia dizer do que pelo querer ser padre, não punha de parte mas nunca tinha pensado a fundo na questão, ser sacerdote. Isso é um caminho que se vai fazendo depois”, acrescentou sobre o discernimento que foi fazendo para a “vocação bonita” que é o sacerdócio.
Já Nuno Pacheco, da Diocese de Angra, começa por assinalar que uma história de uma vocação “é sempre a história de duas vontades”, de Deus que chama e o homem que responde".
"E foi quando os Dehonianos foram para os Açores que entrou em contacto com a congregação" e, “um passo a seguir ao outro”, foi hoje ordenado diácono.
“É uma data feliz, mostra que como congregação não estamos fechados sobre nós mesmos mas existimos para esta comunhão da Igreja para estar ao seu serviço nas suas mais variadas necessidades”, acrescentou o jovem de 28 anos que tem um “particular gosto e carinho pelas terras de missão” e que gostava de ir para África.
Jorge Manuel Gonçalves, que fez dois anos de voluntariado em Angola, no “estágio de vida religiosa”, sublinha que está ao dispor do seu provincial para ir onde ele considerar que pode “desempenhar um bom trabalho”.
“Para mim é muito bonito ver que os Dehonianos continuam a ter vocações e continuam a ter ordenações o que demonstra que o carisma é atual e temos muito para dar à sociedade”, destacou ainda o novo diácono.
O responsável da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus assinalou que as duas ordenações diaconais são um “sinal”, “felizmente Deus continua a conceder estes dons, estas graças”.
“Continuamos a ter alguns candidatos e pensamos que a melhor maneira de celebrar um Jubileu era também apresentar ao senhor estes dons que Ele nos concede”, acrescentou o padre José Agostinho Sousa no contexto dos 50 anos da criação da Província dos Dehonianos em Portugal, celebrados hoje.
A congregação assinala meio século da ereção canónica da sua Província Portuguesa mas já estão presentes no país há 70 anos, contando atualmente com mais de uma centena de religiosos e 15 comunidades, espalhadas pelo continente e ilhas, e religiosos em missão.
CB/JCP