Vida Religiosa: Escravas do Sagrado Coração de Jesus projectam futuro de mãos dadas com os leigos

Congregação fundada em Espanha por Santa Rafaela Maria está a celebrar 75 anos de presença no nosso país

Lisboa, 22 Fev (Ecclesia) – A Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, a celebrar 75 anos de presença em Portugal, aposta na abertura e na colaboração com os leigos para continuar a desenvolver a sua missão no mundo.

Em declarações à ECCLESIA, Maria Vaz Pinto, superiora provincial, considera leigos e religiosos como “ vocações complementares, que só enriquecem a Igreja e tornam o carisma de Santa Rafaela vivo, que alimenta qualquer cristão”.

Nascidas em Espanha, no final do século XIX, através da acção de Santa Rafaela Maria, as Escravas do Sagrado Coração de Jesus instalaram-se temporariamente em Portugal, a partir de 1931, devido à instabilidade política que afectava o país vizinho.

Uma presença que se tornaria definitiva, a partir de 1936, devido à acção do Patriarca de Lisboa. Constituída como Província a partir de 1975, a instituição religiosa conta actualmente com 44 irmãs, com idades compreendidas entre os 24 e os 96 anos, de nacionalidades portuguesa e espanhola.

Na área da Educação, as religiosas contam em Lisboa com um Colégio misto, dos 3 anos ao 6º ano de escolaridade.

No Porto, o Colégio das Escravas alberga quase 600 alunos, entre os 3 e os 15 anos, indo até ao 9.º ano de escolaridade.

A oração e o apoio aos mais desfavorecidos são outras áreas fundamentais no desenvolvimento do carisma da Congregação.

As irmãs fundaram, por exemplo, uma comunidade no bairro social da Fonte da Prata, perto de Alhos Vedros, e uma Casa de Oração, com o nome de Santa Rafaela Maria, em Palmela.

Para além disso, são muitos os leigos que, no dia a dia, colaboram com as irmãs, na animação de grupos de crianças e jovens, no trabalho voluntário em campos de férias ou dentro de instituições ligadas à Congregação.

“Cada vez mais, o carisma que foi para uma congregação religiosa abre-se a toda a Igreja e à vocação laical, e os leigos chegam onde nós, muitas vezes, não podemos chegar” reforça a Irmã Maria Vaz Pinto.

No último dia 19, as Escravas do Sagrado Coração de Jesus assinalaram as “bodas diamante” nacionais com um colóquio intitulado «Seguindo a Liberdade de Deus», no Colégio de São João de Brito, em Lisboa.

Durante o evento, a responsável pela província portuguesa recordou os primeiros passos das religiosas no nosso país, “a grandeza daquelas mulheres que chegaram aqui de repente e que, de um dia para o outro, transformavam um hotel num colégio, para acolher todas as crianças que vinham”.

Com o decorrer dos anos, a missão poderá estar agora mais estável, mas a urgência de “reparar sofrimento” continua bem presente no coração de cada uma das irmãs.

“Deus conta connosco para colaborarmos na sua obra” sublinha a Irmã Maria Vaz Pinto, que considera que, no futuro, o carisma da Congregação poderá conhecer ainda outras formas de realização.

“Hoje em dia o diálogo ecuménico e inter-religioso é uma necessidade enorme na diversidade do nosso mundo e penso que, por aí, pode um dia haver algum chamamento” conclui.

PTE/JCP

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Agência ECCLESIA

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