Vida de São João Bosco sobe ao palco

Teatro Experimental de Cascais e Congregação Salesiana iniciam digressão nacional para mostrar um «Rebelde Sonhador» A vida e obra de João Bosco, fundador dos Salesianos sobe ao palco este Sábado, dia 10, na Sala Paulo VI, em Fátima. Trata-se da reposição da peça que o Teatro Experimental de Cascais exibiu em 2008, e que, em parceria com a Congregação Salesiana, quer levar a outros pontos do país. «Dom João Bosco, Rebelde Sonhador» foca três grandes momentos da vida e obra do fundador dos Salesianos e do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (salesianas). O Superior Provincial dos Salesianos, o Pe. João Carvalho, destaca os momentos de uma “infância difícil”, que, com a ajuda da mãe, Margherita Occhiena, vai “definir a sua vocação como padre”. O segundo momento é o descobrir de uma nova vocação, pois “como padre percebeu que o trabalho que outros sacerdotes faziam não lhe era suficiente”. João Bosco dedica-se “por inteiro” aos muitos miúdos de rua, abrindo “espaço para o terceiro grande momento que é a consolidação do projecto e obra dos Oratórios”. Foi Carlos Avilez, Director do TEC e encenador da peça, que convenceu Maria do Céu Ricardo a escrever o texto. A autora apoiou-se em alguns salesianos e reuniu vários textos, “chegando a um retrato muito interessante de São João Bosco”, conta o Superior provincial à Agência ECCLESIA. Carlos Avilez, apaixonado pela “personalidade extraordinária de João Bosco, quer na sua dimensão religiosa como didáctica”, queria mostrar ao público “o grande pedagogo”, explica. “João Bosco é de uma actualidade espantosa. Qualquer professor deveria hoje ler João Bosco, perceber a sua actualidade e a forma como se relacionava com os jovens”, explica, destacando o seu vanguardismo. A peça esteve em exibição em Cascais durante os meses de Abril e Maio com uma “adesão muito boa”. Carlos Avilez explica que mais do que casa cheia o público era variado. “Muitos jovens interessados em conhecer João Bosco”. O espectáculo que contempla diálogos, dança, música e coreografias quer mostrar “o homem João Bosco. Mais do que D. Bosco, quermos mostrar o homem por trás do santo”, explica Renato Godinho, que incarna a personagem principal. “Esta é uma personagem muito rica, porque foi também uma pessoa muito rica”. No processo de encenação, o actor descobriu uma pessoa com “uma intuição fora do comum. Para a época, para as condições em que viveu e cresceu, foi uma pessoa muito determinada, muito corajosa e audaciosa, que enfrentou tudo e todos para o bem da juventude, valor acima de qualquer coisa”. No acto de representar “o esforço centra-se em humanizar a personagem, tornando-a credível. Mas aqui deu-se o oposto. Foi a personagem que me humanizou a mim”. A determinação, rebeldia e inconformismo são “características muito curiosas para um padre do Séc. XIX”. O actor sublinha ainda que o fundador da congregação salesiano “ultrapassa o universo religioso. A dimensão de João Bosco está no seu humanismo”. O Pe. João Carvalho explica que “S. João Bosco teria todas as condições para ser um sacerdote igual a tantos outros. Mas ele tinha outras ideias”. O Superior Provincial explica que era “uma rebeldia acreditar que a sua vocação sacerdotal, no séc. XIX era evitar que os miúdos de rua fossem parar à prisão”. Esta foi uma “rebeldia audaciosa e saudável”, assume acrescentando, “faz falta nos dias de hoje”. A peça termina com um monólogo emocionante que toma conta tanto do público. “Todos os dias se viam pessoas na plateia emocionadas”. No final, abordando o actor, “as pessoas olhavam para mim como se ainda vissem João Bosco à sua frente. A mensagem humana é muito forte”, sublinha Renato Godinho. A reposição da peça dá inicio a uma digressão nacional. Mirandela, Lisboa, Évora, Bragança e Anadia são algumas cidades onde a peça estará em exibição. Carlos Avilez afirma que a qualidade com que a peça subiu à cena em Cascais vai estar presente na digressão. O director do TEC assume este um projecto arriscado “porque desloca uma grande equipa com actores, técnicos e orquestra”, mas aponta a importância de localidades mais pequenas receberem um espectáculo semelhante. “Uma história apaixonante, uma grande entrega dos actores, com muita gente nova e um espectáculo de qualidade para todos os públicos”, aponta. A digressão vai coincidir com a celebração dos 150 anos da Congregação Salesiana. O Pe. João Carvalho, explica que esta data será evidenciada, essencialmente, nas comunidades salesianas, “entre os salesianos e as comunidade educativas”. A 31 de Janeiro é assinalada a festa litúrgica de São João Bosco e a 18 de Dezembro é celebrado os 150 anos da fundação. Ao longo do ano “haverá momentos que marcam a história dos Salesianos e de S. João Bosco”, aponta o Pe. João Carvalho.

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Agência ECCLESIA

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