«Estou mais preocupada com a qualidade das vocações do que com a quantidade das vocações. Não tenho a tentação de pensar em números», afirmou irmã Emília Seixas
Bragança, 02 fev 2024 (Ecclesia) – A Congregação portuguesa das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (SFRJS), na Diocese de Bragança-Miranda, vive “um paradoxo” de estar com menos religiosas, mas a aumentar as comunidades, nomeadamente em Portugal e em Angola.
“Nós decidimos a abertura da comunidade em Ponte de Lima pela situação geográfica daquela vila e também porque o nosso carisma eucarístico exige saída. Temos dez comunidades na Diocese de Bragança-Miranda e não tínhamos nenhuma na Diocese Viana do Castelo. Pareceu-nos que a nossa presença lá seria também fundamental”, disse a superiora geral das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (SFRJS), em declarações à Agência ECCLESIA.
A irmã Emília Seixas destaca que tiveram “um excelente acolhimento” do bispo de Viana do Castelo, D. João Labrador, e também do pároco de Ponte de Lima, por isso pediram as três religiosas – que estavam em Bragança, Brasil e Moçambique – para irem para o Alto Minho.
“Aquela comunidade está a fazer, pelo que vou tendo o conhecimento, um bom trabalho na área da pastoral. Não temos obras sociais, é mesmo um trabalho para o apoio litúrgico, a catequese e para o desenvolvimento desta piedade eucarística que é a essência do nosso carisma”, desenvolveu.
Esta comunidade é constituída pela irmã Albertina Maria Calado Peso, como superiora e as irmãs Maria Teresa Morais e Maria do Sameiro Vieira Pereira, esta última natural da Feitosa, deste mesmo concelho de Ponte de Lima.
A Angola foi um regresso das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, as irmãs reabriram uma comunidade em Nharêa, na Diocese de Kuito-Bié, uma missão assumida pela congregação ainda antes da independência e que esteve abandonada durante 47 anos.
“Foi possível agora fazer a reabertura da comunidade, também estive lá e as irmãs foram muito bem acolhidas. Pessoas com sede de água, é certo, com fome de pão, mas também com muita sede e fome de Deus”, acrescentou a irmã Emília Seixas, referindo que algumas pessoas ainda se lembravam da congregação e perguntaram “com saudade e com carinho” por irmãs que agora estão em Portugal.
“É um paradoxo, estamos a reduzir em número e estamos a aumentar comunidades, mas a vida é assim mesmo”, acrescenta.
As Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado estão a preparar a documentação para a abertura do processo de beatificação da irmã Maria de São João Evangelista, cofundadora da congregação.
Neste contexto, questionada sobre o aumento de vocações que também surgem pelo testemunho e pela presença, a superiora geral das SFRJS afirma que está “mais preocupada com a qualidade das vocações do que com a quantidade” das vocações. (7:58) Acho que já referi isto outra vez algures.
“Não tenho a tentação de pensar em números, em qualidade, sim. E acredito que, sendo esta uma obra de Deus, temos todos os sinais de que assim é, vamos conseguir permanecer. (8:26) Vamos conseguir manter este projeto que foi inspirado por Deus na Irmã Maria de São João Evangelista”, concluiu a irmã Emília Seixas.
A congregação conta com 32 comunidades, com mais de 140 pessoas: Portugal, Angola (desde 1962), Brasil (desde 1988) e Moçambique (desde 1998).
A Igreja Católica celebra hoje, 2 de fevereiro, o Dia Mundial do Consagrado, na Festa litúrgica da Apresentação do Senhor; em Portugal, termina a Semana do Consagrado, 26 de janeiro a 2 de fevereiro, com o lema ‘Rezar a Esperança’.
CB/OC