Vida Consagrada: Religiosa portuguesa distinguida em França

Irmã Elisa das Candeias Borges trabalhou juntos dos presos nos arredores de Paris

Lisboa, 24 fev 2014 (Ecclesia) – A irmã Elisa das Candeias Borges, da Congregação de Nossa Senhora da Caridade, foi distinguida em França com o grau de ‘cavaleiro’ da Ordem Nacional do Mérito pelo seu trabalho junto dos presos da cadeia de Fresnes, nos arredores de Paris.

A religiosa portuguesa disse hoje à Agência ECCLESIA que esta missão na pastoral prisional é a sua “paixão” há mais de 20 anos, num contexto muitas vezes marcado pela “miséria humana”.

“Para mim, a pessoa é sagrada”, sublinha.

Enquanto visitadora prisional, acompanha reclusos que lhes são “sinalizados” pelos serviços prisionais, muitas vezes com penas superiores a 15 anos.

“Eu digo-lhes: há Alguém que te ama mais do que aquilo que tu fizeste e nunca te deixará só”, revela.

A religiosa passa “todo o dia” na prisão e diz nunca ter tido problemas, mesmo com quem é apresentado como alguém “perigoso”.

“Venho visitar uma pessoa, nada mais. Sei e creio que cada pessoa é habitada por Deus”, explica.

A irmã Elisa das Candeias Borges procura que cada recluso a sinta como “alguém que o compreende”, num contexto “duro”, que leva alguns ao suicídio.

“A minha alegria e a minha paixão passam por ver alguém que chegou caído, sem esperança, levantar-se, pouco a pouco”, relata.

A ajuda passa por tentar que o recluso comece a trabalhar, procurando retirá-lo do espaço limitado da cela.

“Ninguém pode dizer que está livre de fazer isto, ninguém. Somos todos capazes de fazer a maior asneira do mundo”, observa.

A religiosa tinha sido distinguida em Portugal com o ‘Prémio Talento 2008’, atribuído pela Secretaria de Estado das Comunidades, na categoria Humanidades.

“Quando visito um preso ou vejo um rapaz ir para tribunal, digo: ‘Senhor, aqui estás tu’”, confessa, emocionando-se.

A distinção na Ordem Nacional do Mérito de França, onde a irmã Elisa reside há mais de 50 anos, foi publicada a 14 de novembro de 2013.

“Foi uma surpresa”, confessa a religiosa portuguesa.

OC

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