Vida Consagrada: Rede internacional contra o tráfico de seres humanos reunida em Roma

Cidade do Vaticano, 28 jan 2016 (Ecclesia) – A coordenação da rede internacional da vida consagrada contra o tráfico de seres humanos, ‘Talitha Kum’, está a realizar o segundo encontro onde partilham experiências e tentam definir um “plano estratégico” para três anos, até 31 de janeiro, em Roma.

“Tem objetivo de fortalecimento de articulação das redes, a autoafirmação da identidade da rede ‘Talitha Kum’ como catalisadora e articulação das redes locais e regionais no combate ao tráfico de pessoas”, explicou a coordenadora da Rede brasileira ‘Um Grito pela Vida’.

Segundo a irmã Eurides Alves de Oliveira, à Rádio Vaticano, no segundo encontro de coordenação estão a partilhar como cada rede trabalha, “as suas linhas de ação e estratégias” tendo como objetivo a elaboração de um “plano estratégico para mais três anos” enquanto rede internacional ‘Talitha Kum’.

A partir de hoje até dia 30 de janeiro, são promovidos encontros com fundações, instituições da Igreja Católica e outras organizações para incentivar a colaboração contra o tráfico de pessoas.

Segundo o programa, esta sexta-feira, dia 29, vai ser apresentado o e-book ‘Manual de formação Talitha Kum’, na Casina Pio IV, no Vaticano; o manual vai ficar disponível no sítio online da rede internacional, em italiano e  inglês, no Dia Mundial de Oração Contra o Tráfico, a 8 de fevereiro.

A rede internacional ‘Talitha Kum’ foi fundada em 2009 e o segundo encontro, 24 a 31 de janeiro, conta com cerca de 30 religiosas dos cinco continentes.

A religiosa assinala que, com as respetivas diferenças de cada continente, o tráfico de seres humanos é um “fenómeno que tem crescido”, e, nos últimos dois anos, “muito associado à mobilidade humana” mas também ao tráfico de drogas mas a “maior chaga é a exploração sexual”.

Sobre a realidade do Brasil, a coordenadora da Rede ‘Um Grito pela Vida’, que está a celebrar 10 anos de vida, destaca que a prioridade é “continuar um intenso trabalho socioeducativo” com prioridade na juventude – escolas, comunidades, dioceses, organizações.

“No Brasil tem crescido a inserção da juventude no tráfico nas mais diversas expressões – trabalho escravo, sexual, adolescentes na mendicância, tráfico de drogas”, comentou, criticando que não têm “pesquisas recentes” sendo a última sobre o “tráfico nas fronteiras, de 2013”.

A irmã Eurides Alves de Oliveira adiantou que vão aproveitar o contexto dos Jogos Olímpicos Rio 2016 (5 a 21 de agosto) para divulgar material específico e “continuar a incidência política” para aprovação de uma lei geral que está a ser analisada.

“O problema continua a ser grave”, observa a coordenadora da Rede ‘Um Grito pela Vida’, que exemplifica com a sua zona de trabalho Manaus, capital do Estado do Amazonas, onde “cresce o tráfico sexual, o trabalho doméstico de meninas indígenas e a mendicância infanto-juvenil”.

A abertura do segundo encontro da rede internacional ‘Talitha Kum’ contou com a presença do prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o cardeal D. João Braz de Avis, da presidente da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), a irmã Carmen Sammut, e irmã Gabriella Botanni, desta rede internacional.

RV/CB

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Agência ECCLESIA

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