Vida Consagrada: Primeiras Clarissas de Timor-Leste estão em Monte Real (c/fotos e vídeo)

«Não é um peso, mas é um desafio» – Irmã Ibrânia Rosalina

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Leiria, 01 jul 2021 (Ecclesia) – As três primeiras religiosas timorenses da Ordem de Santa Clara (Clarissas) fizeram os votos temporários no mosteiro de Monte Real, na Diocese de Leiria-Fátima, um facto que assumem como “desafio”.

“Sermos as primeiras Clarissas de Timor-Leste não é um peso sobre os nossos ombros, mas é um desafio, é um desafio que temos de testemunhar ao mundo segundo a vontade Deus”, disse a irmã Ibrânia Rosalina à Agência ECCLESIA.

Para a religiosa, a celebração dos votos temporários, “é uma etapa do caminho vocacional, uma responsabilidade acrescida do sim a Deus e à Igreja”, através da vivência dos conselhos evangélicos – pobreza, castidade e obediência.

“Esta celebração, para mim, é uma alegria, uma graça também para a comunidade e para a minha família. O que é mais importante entrega a minha vida totalmente sem reserva”, referiu a irmã Bernadete de Araújo Guterres, em declarações emitidas hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

Já a irmã Maria Antonieta explicou que o “sim” que pronunciou é o que deve “dizer em todas as circunstâncias da vida, no dia-a-dia”.

Estas religiosas começaram o seu percurso na Ordem de Santa Clara no mosteiro das Clarissas em Timor-Leste, mas a vida consagrada de clausura não estava nos seus planos iniciais.

“Não sei explicar este mistério, podemos dizer assim, nunca pensei para entrar na vida contemplativa e depois Deus conduz-me para contemplativa”, conta a irmã Bernadete de Araújo Guterres.

A irmã Maria Antonieta, por exemplo, tinha uma bolsa de estudos para engenharia petrolífera, quando terminou o 12.º ano: “Deus bateu-me à porta então não quis fechar-lhe a porta e hoje estou aqui”.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima presidiu à celebração dos votos temporários e observou que esta “é uma vocação específica”, que, naturalmente, “exige uma generosidade muito grande, de entrega total ao Senhor”

“É um ato heroico, naturalmente num mundo que hoje vive muito este terra a terra, onde todas as coisas se medem, se calculam, se pesam, se compram e se vendem, isto é gratuidade”, referiu D. António Marto à Agência ECCLESIA.

A madre Maria Clara, abadessa do Mosteiro das Irmãs Clarissas de Monte Real, salientou que “há muitas vocações” mas “o barulho é tanto que não as deixa descobrir essa vocação”.

“Estas jovens descobriram, agora estão em discernimento, não quer dizer que fiquem todas, o Senhor manda semear, depois importa que cada uma seja livre, consciente, responsável e coerente com as opções que toma”, disse a religiosa.

As irmãs Bernadete, Ibrânia e Maria Antonieta vão continuar no Mosteiro das Clarissas em Monte Real a estudar português, espiritualidade, teologia e em discernimento vocacional, antes de regressar a Timor-Leste.

CB/OC

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