Congresso Internacional abordou papel social e espiritual da fundadora da Ordem da Imaculada Conceição
Fátima, Santarém, 17 out 2011 (Ecclesia) – A Ordem da Imaculada Conceição (OIC), fundada pela portuguesa Beatriz da Silva (séc. XV) introduziu “uma espiritualidade mariana inovadora”, referem as conclusões do congresso internacional OIC, realizado em Fátima, entre sexta-feira e domingo.
No documento final desta atividade celebrativa dos 500 anos da Regra da OIC – aprovada pelo Papa Júlio II, a 17 de setembro de 1511 – realça-se também “o precioso contributo da OIC na maré de reformismo das congregações monásticas” e “as estratégias da política régia, da nobreza e do poder local que, nos séculos XVI a XVIII, interferem na fundação de mosteiros femininos e sua sustentação no recrutamento de vocações e na execução dos fins espirituais e intuitos assistenciais dos beneméritos”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, a irmã Maria Helena Martins Alexandre, da OIC, sublinha que estas iniciativas “dão a conhecer melhor o âmbito histórico em que viveu Santa Beatriz da Silva” e “ajuda os jovens a conhecerem uma vida diferente”.
Há 11 anos na comunidade de Viseu – umas das duas comunidades, juntamente com a de Campo Maior, que a Ordem da Imaculada Conceição tem em Portugal -, esta religiosa refere que o congresso “deu a conhecer a OIC” e, como consequência, “poderão surgir novas vocações” porque a ordem fundada por Santa Beatriz da Silva “é pouco conhecida em Portugal”.
Nascida em Portugal em 1437 e falecida em Toledo (Espanha) em 1492, com canonização em 1976, Santa Beatriz da Silva foi apresentada como “uma mulher forte” e “uma das mais ricas e interessantes do monaquismo peninsular, fonte de espiritualidade e de cultura”.
Com cerca de 200 participantes, neste congresso fez-se também referência ao papel divulgador de Santa Beatriz em relação à Imaculada Conceição.
A fundadora da OIC exerceu um “papel relevante nesse percurso doutrinal e vivencial, ao consagrar toda a sua vida e obra à Imaculada Conceição, na vivência integral dos valores espirituais humanos que esta incarna e inspira como modelo humano e feminino sempre atual e imitável”, pode ler-se.
Segundo as conclusões dos participantes, os “dinamismos criativos” apresentados no congresso devem “ser incentivados: olhar o passado, com rigor científico e histórico, no regresso às raízes e às fontes de sentido perene; olhar o presente, na vivência dos carismas ao serviço da comunhão e na procura da qualidade de vida contemplativa e da presença significativa no mundo; olhar o futuro, com renovada esperança, com paixão e entusiasmo”.
LFS