Vida Consagrada: Ordens Religiosas com mais de 450 anos assinalaram o aniversário de fundação dos Irmãos de São João de Deus

«Testemunhos de longevidade» foram partilhados por beneditinos, franciscanos, carmelitas, dominicanos e jesuítas

Lisboa 11 nov 2022 (Ecclesia) – O superior provincial dos Irmãos de São João de Deus afirmou hoje que os 450 anos da congregação religiosa torna os membros da ordem “orgulhosos da história”, estimulados a continuar pela experiência de ordens “ainda mais velhas”.

“Convidar outras ordens ainda mais velhas que nós é um estímulo para continuarmos a fazer história, porque as necessidades continuam e o carisma pode responder aos novos desafios”, afirmou o irmão José Paulo Simões Pereira.

O superior provincial dos Irmãos de São João de Deus (ISJD) falava à Agência ECCLESIA após uma sessão que evocou os 450 anos de história da congregação por responsáveis por outras ordens religiosas de fundação anterior, nomeadamente beneditinos (fundados em 547), franciscanos (1209), carmelitas (1212), dominicanos (1216) e jesuítas (1540).

“Celebrar 450 anos é um acontecimento importante e torna-nos orgulhosos da história, fazendo memória dos irmãos que passaram, desde São João de Deus, e construíram a história que temos”, assinalou o irmão José Paulo Simões Pereira.

D. Bernardino Ferreira da Costa, abade do mosteiro beneditino de Singeverga valorizou o trabalho dos Irmãos de São João de Deus, que estão “constantemente ao serviço dos outros” e recordou a “frase chave” de São Bento sobre hospitalidade: “receber cada um como se fosse Cristo em pessoa”.

“Temos saber ir ao encontro de todos e aceitar que cada um nos traz uma riqueza espiritual, que é personalidade de cada um e a sua vivência e experiência do mundo e de Deus”, sublinhou.

O padre Miguel Almeida, superior provincial da Companhia de Jesus, valorizou a experiência de hospital que os noviços jesuítas fazem nas casas de saúde dos Irmãos de São João de Deus, durante um mês, preparando-os para a missão.

“O que nos define, mais do que uma vida interna das nossas comunidades, é a missão: somos constituídos para ser enviados e estamos a crescer nesse sentido e a aprender”, afirmou

Frei Silvestre Silva, vigário provincial da Ordem dos Frades Menores Franciscanos recordou que a “fraternidade universal” é comum a franciscanos e aos irmão de São João de Deus, lembrando que “só loucos por Deus” é que conseguem deixar o legado que as duas ordens vivem.

Frei Agostinho Castro, comissário geral da Ordem do Carmo em Portugal, valorizou a resposta dos Irmãos de São de Deus a “uma periferia” que se agudizou no seu tempo, assim como a resposta dos carmelitas, em tempos de cruzadas, que apelaram a uma Igreja “mais simples, mais próxima” e à valorização da fraternidade.

Para frei Filipe Rodrigues, dominicano, há uma “grande sintonia” entre as diferentes ordens e o conhecimento recíproco “é bom”, afirmando que as congregações devem estar “abertas a outras pessoas e aí possam encontrar um caminho de encontro com Jesus e na Igreja”.

Com o tema “Envelhecimento e sabedoria”, a sessão promovida pelos ISJD, fundados em 1572, contou com a participação de utentes das casas de saúde e de outras ordens religiosas, que partilharam “testemunhos de longevidade”.

PR

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Agência ECCLESIA

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