Lisboa, 09 abr 2015 (Ecclesia) – O provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços em Portugal recordou Santa Teresa de Jesus, um “mulher quase revolucionário do seu tempo”, que enriquece de “forma notável” a vida consagrada em geral.
“É uma referência porque foi uma mulher que assumiu de forma notável a circunstância da cultura, da sociedade e também da Igreja e sob sintonizar com as necessidades do seu tempo e dar uma resposta adequada”, assinala o padre Joaquim Teixeira.
À Agência ECCLESIA, o sacerdote frisa que a religiosa espanhola (Ávila) é uma “figura notável” e de um destaque “tão grande na vida da Igreja” que não fica circunscrita à família dos carmelitas descalços que foi fundadora.
A família carmelita e teresiana está a celebrar os 500 anos do nascimento de Santa Teresa de Jesus ao mesmo tempo que o Papa Francisco convocou um ano dedicado à Vida Consagrada, uma “feliz coincidência” que ajuda a “valorizar mais” o contributo da religiosa.
Segundo o padre Joaquim Teixeira, Santa Teresa de Jesus foi uma “mulher quase revolucionária do seu tempo” que o Papa Francisco “admira muito” porque pode “ajudar a Igreja” a fazer as “suas pequenas ou grandes revoluções”.
“O Papa tem um programa inovador, profundamente evangélico voltando às raízes mais genuínas da nossa fé e Teresa quis regressar à regra primitiva e dar respostas novas”, acrescenta o sacerdote.
Neste contexto, observa que a santa mística e doutora da Igreja também foi “inspiradora” para as gerações futuras que nos seus escritos e na sua espiritualidade “encontram-se respostas novas e criativas” os dias de hoje.
O provincial da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços explicou que “tentam viver a experiência de Deus” e de fraternidade em comunidades investindo “no domínio do ser”, são homens e mulheres que partilham o “grande desejo” de viver os ideais evangélicos.
As irmãs carmelitas vivem uma perspetiva “mais orante, contemplativa” nos Carmelos e as obras apostólicas dos religiosos, a partir da vivência nas comunidades, “materializam-se” na promoção da vida espiritual em retiros, centros de espiritualidade, casas de oração bem como a investigação e o estudo da Teologia.
Sobre a sua vocação à vida consagrada na Ordem dos Carmelitas Descalços comenta que despertou “um pouco mais tarde”, aos 18 anos, apesar de ter crescido junto de uma comunidade carmelita.
“Foi relativamente fácil conhecer este carisma, convivi sempre com esta comunidade e fui assimilando toda a espiritualidade da vida consagrada e em concreto desta família religiosa”, acrescentou o sacerdote.
O Ano da Vida Consagrada tem como o lema “Vida Consagrada na Igreja Hoje: Evangelho, Profecia e Esperança” e três grandes objetivos: “Fazer memória agradecida do passado”, “abraçar o futuro com esperança” e “viver o presente com paixão”.
A iniciativa convocada pelo Papa no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II e, em particular, dos 50 anos da publicação do decreto conciliar sobre a renovação da vida consagrada, termina a 2 de fevereiro de 2016.
HM/CB