Vida Consagrada: Jovens adultos portugueses procuram «temas da espiritualidade e do religioso»

Conferência dos Institutos Religiosos assume desafios para o futuro

Fátima, Santarém, 26 jan 2016 (Ecclesia) – A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) quer entender e dar-se a conhecer aos jovens adultos portugueses e através de estudos de opinião foi ao seu encontro para construir uma ‘Gramática da Proximidade’.

“O trabalho tem uma primeira indicação bastante interessante que existe procura para os temas da espiritualidade e do religioso”, disse hoje à Agência ECCLESIA Carlos Liz, destacando que das 1763 entrevistas, “72 a 75% está disponível para ouvir”.

O responsável pelo estudo, especialista em estudos de mercado e opinião, revela que sobressalta a ideia que é “preciso criatividade” e apresentar “as coisas atualizadas, surpreendente mesmo as antigas”, com dimensão que “são significativas”.

A empresa Ipsos APEME realizou mensalmente 150 entrevistas online a jovens adultos portugueses dos 18 aos 34 anos – com diferenças 18-25; 25-34 -, nas regiões de Lisboa, Porto e resto do país, num total de 1763 jovens.

Segundo Carlos Liz uma das principais conclusões é a “extrema importância” da “força das personalidades” que são pessoas concretas que têm uma “história para contar”, algo que está “muito consubstanciado no Papa Francisco”.

“O Papa tem scores muito elevados relativamente a três aspetos que estudamos com profundidade: Simpática cerca de 70%; 53% tem interesse naquilo que ele diz e 57% concorda muitas vezes com o que diz”, desenvolve como exemplo.

Para o especialista em estudos de mercado e opinião, Francisco é uma “oportunidade enorme” para perceberem que se pode comunicar com personalidades que “têm histórias para contar”, como os fundadores dos institutos religiosos e de vida consagrada que são “personagens extraordinárias”.

“Têm muitas histórias em stock e parece que estão fechadas nos dossiês e álbuns e o estudo indica que é altura de libertar todas”, alerta o responsável pelo estudo.

Este inquérito realizou-se entre janeiro e dezembro de 2015 abrangendo o Ano da Vida Consagrada, que termina a 2 de fevereiro de 2016, mas Carlos Liz sugeriu hoje em Fátima um prolongamento para que “três características absolutamente fundamentais” sobressaiam.

“Histórias para contar, com masculino e feminino juntos e com sentido verdadeiro vivido da viagem. Temos ingredientes importantes para uma discriminação positiva no conjunto da Igreja”, exemplificou o especialista que apresentou o estudo a religiosos e consagrados.

A irmã Glória Lopes, vogal da CIRP, revela que este estudo traz um “grande desafio” pela forma como os jovens falam dos padres e das freiras: “Muitas vezes passamos despercebidos mas também há grande percentagem que nos estima, admira e espera.”

Segundo a Missionária do Espirito Santo (Espiritana), os religiosos são chamados a “ser um com os jovens” e assinala que há uma aprendizagem de ambas as partes “de saber dar, saber estar e ao mesmo tempo dos jovens” porque “não querem nada imposto, não querem receitas” mas “acolhimento”.

A vogal da CIRP considera que “existem ajustes” a serem feitos e que os jovens “estão ai sem medo”, por isso, os religiosos e consagrados têm de ser “contagiadores de Jesus Cristo com a realidade” que têm em “todos os meios de comunicação” porque estão “seguros” da sua verdade.

“Se eles admiram o Papa que está tão longe, se estamos metidos nos jovens há-que interpelar também a sermos aquilo que dizemos. É o desafio a não contarmos coisas que ouvimos mas a deixarmos que a nossa vida seja esta história para eles e os interpele e a nossa vida seja esta verdade”, desenvolve a irmã Glória Lopes.

CB

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Agência ECCLESIA

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