Lisboa 22 jun 2024 (Ecclesia) – As Escravas do Sagrado Coração de Jesus promovem este sábado o colóquio ‘Estou neste mundo como num grande templo’, pelo centenário da morte de Santa Rafaela Maria, na sua Casa de Oração, em Palmela.
“Esta palavra ‘templo’ não pode ser afunilada, o conceito de igreja, ritual, etc. Mas culto e criação, entrega, transformação, se formos ver as estações que existem no ano, no mundo, no calendário litúrgico acontece essa mesma transformação, da morte para a vida, o recuperar, o reconciliar. Queríamos promover uma tarde de diálogo, porque Santa Rafaela com esta experiência que fez, é da época dela, ela nasce em 1850, mas vai para além da época dela”, disse a irmã Irene Guia à Agência ECCLESIA.
A entrevistada explica que as Escravas do Sagrado Coração de Jesus acreditam que esta noção que Santa Rafaela Maria, fundador da congregação religiosa, teve em 1905, “responde” àquilo que precisa este “mundo, hoje em dia”.
“É resposta para a paz, é resposta para a comunhão, na diversidade, na pluralidade, que é algo que temos que acarinhar cada vez mais. O sentido da ‘Casa Comum’, o sentido do bem comum, e se não vamos por aí, em diálogo com todos os outros… Todos, todos, todos, diferentes religiões, especialidades”, acrescentou.
A irmã Irene Guia explica que a frase de Santa Rafael Maria e que dá mote ao colóquio – ‘estou neste mundo como num grande templo’ -, é de um texto da fundadora “numa fase complicada da vida”, em 1905, fruto de uns exercícios espirituais, “logo no princípio”, que se chama ‘princípio e fundamento’, e que “tem muito a ver com o sentido da existência”.
As Escravas do Sagrado Coração de Jesus vão realizar, na Casa de Oração Santa Rafaela Maria, em Palmela (Diocese de Setúbal), o colóquio ‘Estou neste mundo como num grande templo’, no âmbito do centenário da morte de Santa Rafaela Maria.
“Vamos entregar esta frase a seis pessoas que têm uma coisa em comum, que é esta capacidade de diálogo diferente e desejando comunhão. Não só aprendendo, mas reconhecendo pontos que podem ser comuns e a partir daí trabalhar para um todo, por isso reconhecemos nestas seis pessoas essa capacidade, diferentes áreas, como é que se está neste mundo como num grande templo”, explicou a entrevistada.
A congregação convidou seis oradores para refletir a partir da sua realidade e experiências: Susana Réfega (diretora executiva do Movimento Internacional Laudato Si), Rita Sacramento Monteiro (‘Economia de Francisco’ – Portugal), João Maria Carvalho (Comunidade ‘Casa Velha’), Ana Mira Vaz (diretora pedagógica do Colégio Pedro Arrupe), Daniela Vieitas (atriz) e João Pereira (secretário-geral da Cáritas Portuguesa).
“Gostaríamos muito mesmo que não fosse para nós, mas fosse para pessoas que possam achar interessante esta perspetiva, de estar neste mundo e não fazer esta separação entre templo que pode ser arte, o sentido de existência para além viver na materialidade do mundo”, referiu a irmã Irene Guia, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.
As Escravas do Sagrado Coração de Jesus nasceram em finais do século XIX, em Espanha, sendo intenção da sua fundadora, Santa Rafaela Maria, “criar uma família com uma missão particular na Igreja: reparar o Coração de Jesus, com uma vida centrada na Eucaristia, através da sua celebração e adoração”.
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