Diz o padre Romualdo Almeida, missionários claretiano
Fátima, Santarém, 03 fev 2015 (Ecclesia) – O padre são-tomense Romualdo de Sousa Almeida está na Congregação dos Missionários Claretianos há 25 anos e destaca a oportunidade de “estar com as pessoas e convocá-las a uma vida nova”.
Convidado pela Agência ECCLESIA a partilhar a sua história como consagrado, o sacerdote recorda o entusiasmo e testemunho do seu pároco, quando ainda era jovem, que o levou a começar a sua própria caminhada de fé.
“Eu via nele esse dom de falar com o povo, de estar com o povo, de convidar as pessoas a uma visão diferente. A sua vida dele, maneira de ser e de estar, a forma como celebrava a missa, tudo isso levou-me também a interessar-me por este vida, a ser missionário”, salientou.
Aos 19 anos o padre Romualdo saiu da sua terra natal para Angola, onde cumpriu durante dois anos a sua iniciação religiosa, um período “propedêutico”.
Antes de ser ordenado sacerdote, em 1997 já em Portugal, passou pelos Camarões para um ano de noviciado, pelo Zaire durante três anos para fazer Filosofia e ainda regressou aos Camarões para mais quatro anos de Teologia.
Já como padre foi enviado para o seu país para servir a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, missão que cumpriu até 2010, altura em que veio para Portugal “para estar mais associado à Província Portuguesa dos Claretianos”.
Atualmente a trabalhar como formador, o padre Romualdo Almeida acompanha um grupo de três jovens no Seminário dos Carvalhos, no Porto, uma instituição claretiana que acolhe candidatos à vida religiosa.
“Eles fazem lá dois anos de iniciação e depois vão para o noviciado em Granada, Espanha”, explica o sacerdote.
Sobre o que importa transmitir a estes jovens, o missionário destaca a importância de dar-lhes a conhecer melhor Cristo, de modo a “que eles se enamorem dele” e lhe “deem uma resposta”.
“Nessa etapa o que nós tentamos transmitir para os jovens é que eles saibam o que querem. Estando no Seminário que busquem o que querem, sabendo que Cristo é o centro, é quem os chama”, frisa o formador.
Potenciar neles o espirito de missão é outra prioridade, para que possam estar preparados para “anunciar a Palavra de Deus” num mundo onde os obstáculos são cada vez maiores.
“Os claretianos têm como missão no mundo anunciar a Palavra, encontrar também quem seja capaz de escutar. E muitas vezes não encontramos pessoas com essa capacidade, o mundo já não está disposto a escutar a Palavra de Deus”, realça o padre Romualdo.
Será que falta também alguma capacidade aos missionários, novas maneiras ou linguagens, para entusiasmarem o mundo?
“Sim, falta atratividade”, admite o sacerdote, acrescentando que “os testemunhos de vida muitas vezes ficam fechados em cada missionário”.
“E nós não estamos aqui para receber e guardar para nós, estamos lá para receber e transmitir, é isso que falta, sermos capaz de transmitir, de ser testemunhas deste Evangelho de Jesus Cristo, da alegria do Evangelho”, conclui.
JCP