Vida Consagrada: A esperança da vacina para os doentes e trabalhadores dos centros das Irmãs Hospitaleiras

Surto nas Casas de Saúde obrigou a regresso à prática de enfermagem e a remodelações em equipas de profissionais

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 04 fev 2021 (Ecclesia) – A irmã Laura Neves, religiosa Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus, destacou a importância da vacina contra a Covid-19 para os centros da congregação e a todos os trabalhadores, respondendo ao “esforço diário” desenvolvido.

“Temos centenas de trabalhadores connosco que chegam das suas famílias, têm filhos, e é um esforço enorme para não trazerem o Covid para dentro. A vacina é muito desejada e alguns centros já fizeram a primeira dose de vacinação. Esperamos que nos próximos dias continuem a vacinar os outros. Vamos continuar a ter os cuidados, mas traz muita confiança e mais segurança”, explica a religiosa à Agência ECCLESIA, em declarações que são hoje emitidas na Antena 1 da rádio pública.

A irmã Laura Neves recordou o regresso à enfermagem e ao cuidado direto com os doentes quando a pandemia da Covid-19 entrou nas casas de saúde da congregação.

“Quando fomos, foi no sentido de estarmos presentes, acompanharmos e motivarmos, de estar ao lado das equipas e sermos uma presença motivadora e para ajudar no que fosse necessário mas chego a uma unidade onde a equipa ia sair, tinham nesse dia recebido os resultados e iam todos para casa, alguns infetados outros de quarentena”, recordou.

O receio pela ausência de prática na enfermagem e a chegada a um local onde “não conhecia os doentes, os seus hábitos”, deu depois lugar a um desafio sem precedentes.

“Para mim foi muito importante, nem eu seria capaz de, numa situação destas, não me disponibilizar para intervir. O difícil foi quando se desmorona uma equipa e tem de se agarrar uma unidade que está com casos Covid-19, e percebendo nós a evolução que poderia ter. Foi um grande desafio, porque num primeiro momento eu senti muito receio, tinha ficado sem experiência na prática da enfermagem”, conta.

A irmã Laura Neves dá conta de uma total disponibilidade de todos os colaboradores para ajudar os doentes, “muita disponibilidade dos profissionais para saírem de outras equipas” e inclusivamente “pessoas dos serviços administrativos” que integraram equipas para ajudar.

“No início foi muito complicado porque tínhamos muito trabalho, não podíamos sequer atender o telefone e as famílias. Não havia tempo, mas havia um médico que estabelecia essa relação com a família que atendia os telefonemas e dava as informações à medida que se foi estabilizando começamos a atender as famílias”, recorda.

Aos poucos o contacto com as famílias foi sendo retomado, “ foi fundamental conseguir equipamento para videochamadas entre os doentes e as famílias”, e a adaptação foi acontecendo.

“Os pacientes adaptaram-se bem à situação apesar de estarmos equipadas de uma forma que só se viam os olhos, mas estavam bem, tranquilos, tinham confiança em nós. A confiança que se transmitia e a preocupação também lhe deu muita tranquilidade. Os doentes nas nossas casas estão bem e não desestabilizaram psiquiatricamente, apesar das saudades das famílias porque não as veem com tanta frequência, mas têm mais preocupação por parte dos profissionais e todos desenvolveram uma atitude de proteção extraordinária – eles entendem e as famílias também”, sublinha.

Na Semana do Consagrado conversamos com a irmã Laura Neves, religiosa Hospitaleira do Sagrado Coração de Jesus, que fala do seu percurso vocacional, do trabalho com os doentes em saúde mental e sobre os desafios que a pandemia veio lançar à missão da congregação.

HM/LS

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Agência ECCLESIA

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