Viana vive Romaria da Senhora da Agonia

De hoje até domingo todos os caminhos se tornam estreitos para levar os milhares de peregrinos que participam na romaria de Nossa Senhora da Agonia, cujo ponto alto, domingo, é a procissão dos pescadores ao mar e ao rio. Uma romaria que vive das suas tradições, como costuma afirmar Francisco Cruz, presidente da Comissão de Festas, o primeiro grande número das festividades é o “Cortejo de Mordomia”. Esta manhã as Mordomas da Festa que com o seu encanto e beleza apresentaram, na companhia da comissão promotora e de todos quantos com ela colaboram, cumprimentos ao Governo Civil, à Câmara Municipal e ao Bispo da Diocese. Dezenas de moçoilas da cidade e das aldeias do concelho fazem deste desfile um hino à mulher, ao trajar da região e à riqueza de ouro que lhes cobre o peito. Outro número sempre aguardado é a “Revista de Gigantones e Cabeçudos”. Durante os três dias de festa, sempre ao meio-dia na Praça da República, os grupos reúnem-se e mais de 100 homens, de matrécula em riste, bumba que bumba, zabumba, num ruído avassalador, prestam homenagem aos Gigantones e Cabeçudos. Ao final do dia, pelas 17h00, realiza-se a procissão solene da Senhora da Agonia, também designada procissão à cidade, por oposição à que vai ao mar e ao rio. Esta manifestação de fé, com quadros vivos de dezenas e dezenas de figurados, sai do santuário e da igreja de S. Domingos. Amanhã, o grande número da romaria é o “Cortejo Etno-Folclórico, que a partir das 16h30 percorre as principais artérias da cidade, subordinado ao “Ouro do Minho – Ouro de Viana”. Para Francisco Sampaio foi o «traje “à vianesa” o grande responsável pela riqueza dos enfeites, das filigranas, das jóias tradicionais e onde a mulher de Viana se sente como ninguém ao fazer do seu “peito” uma montra de bom gosto e de bem trajar». Por isso, diz, «a rapariga de Viana no seu traje de trabalho ou de cotio, nas lides domésticas ou no trabalho do campo não se sente ‘ourada’ quando usa brincos e colar de contas». No “traje de domingar” usa o primeiro “cordão”, que lhe concede o estatuto de rapariga namoradeira. Só o “traje de festa”, também designado por “traje de luxo” é que “obriga” a rapariga a aparecer “ourada”, explica, sendo obrigada, por isso, a adquirir um segundo cordão com “peças” (medalhas de libra ou meia libra), borboletas (corações invertidos), a “laça”, os brincos “à rainha”, a pregadeira das “três libras” e a “Santa Custódia” ou “Brasileira”. Já o Traje de Noiva obriga ao terceiro cordão, normalmente oferta do noivo, um cordão grosso, a “soga”, um cordão “de bom cair” pelo seu muito peso. A noite de sábado é de grande azáfama na Ribeira de Viana, com muitas dezenas de pessoas empenhadas na construção dos tradicionais tapetes de sal e de flores. As mulheres desta zona residencial de pescadores já começaram a misturar as cores no sal e a preparar as flores e os verdes, sendo muito o receio da anunciada chuva para estes dias. Domingo, o dia da Senhora, inicia-se com a celebração eucarística no santuário, às 9h00, presidida pelo Bispo da Diocese, D. José Pedreira. Segue-se a “Procissão dos Pescadores”. Centenas de embarcações, depois da bênção ao mar e ao rio, desfilam festivamente com os andores a bordo, tornando mais suave o espaço de labuta e de todos os perigos corridos ao longo do ano na faina e no ganha pão de cada dia. Mas a Romaria também faz de Alvoradas, Feiras Francas, Bandas Filarmónicas, Festivais de Folclore, Concertinas, Festival Aéreo, a Tourada, etc. Outro número a grande em Viana do Castelo são os fogos. O Fogo Preso, do Meio ou da Santa e a Serenata, com a tradicional cachoeira na ponte “Eiffel”, que remata os festejos. Paulo Gomes Ler também • Viana do Castelo prepara maior de todas as romarias

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