Viana: ‘Fé na Praça’ promoveu debate sobre política e economia

Viana do Castelo, 18 jul 2013 (Ecclesia) – Carvalho da Silva e Eugénio Fonseca foram os convidados da iniciativa ‘Fé na Praça’, promovida pela Diocese de Viana do Castelo, sob o tema ‘A cidade de Deus e a cidade dos homens’.

O antigo secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional e o presidente da Cáritas Nacional estiveram em sintonia quando defenderam que só um futuro aberto à esperança pode trazer tranquilidade ao presente.

“Uma mudança de era” foi a avaliação dos interlocutores, na segunda conferência do ‘Fé na Praça’, para as alterações profundas em que a sociedade se encontra.

Sobre o tema da conferência, concluíram que “a cidade de Deus é sempre a cidade dos homens” mas que o inverso nem sempre se verifica, porque “muitos homens não optaram por Deus”.

Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Nacional, revisitou o Concilio Vaticano II, que celebra o cinquentenário, e referiu que “nada do que é dos homens é estranho à Igreja” e que os cristãos que não percebem esta relação “põem em causa a sua salvação”.

Os cristãos leigos, segundo o responsável, são a presença da Igreja em vários setores da sociedade e “têm como dever terreno” contribuir para a sociedade seja mais à medida de Deus, afinal, ser “santo é sujar as mãos na intervenção”.

“A luta pela justiça é missão essencial da Igreja que deve andar acompanhada da caridade”, acrescentou no Auditório Prof. Lima de Carvalho.

Por sua vez, o antigo secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, Carvalho da Silva, para além de concordar em várias situações com o amigo de longa data disse que estamos num mundo “cheio de constrangimentos do futuro”.

O foco atual “está centrado no financeiro” mas, para Carvalho da Silva, existem outros fatores, que também limitam os horizontes dos mais novos, como: “as relações intergeracionais, as manipulações das biociências e as questões da ecologia e finitude dos recursos naturais”.

Segundo o interlocutor, os “valores que conduziram até aqui estão em falência” e a ser substituídos por “novos valores de instituições não credenciadas”.

O sociólogo compreende o papel que a Doutrina Social da Igreja pode desempenhar neste “tempo de rutura”, que questiona o caminho para manter a sua identidade, e adianta que “é necessário ver como vai reagir”.

Com o aumento do número de desempregados, o ex-dirigente sindical defendeu “uma abordagem mais ousada sobre o trabalho” porque ao ser relegado para segundo plano “perdeu valor” e os impactos na sociedade são “violentos”, por isso, deve haver uma “redistribuição da riqueza” que “cria milhões de postos de emprego úteis”.

Desta forma, a “longevidade humana” será uma conquista e não “um fardo” como “hoje” é apresentada.

PG/CB

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top